quinta-feira, julho 29, 2010

Milagres Eucarísticos – IV O Milagre de Alatri, Itália.


Uma jovem senhora da cidade de Alatri, estava interessada em um rapaz muito bonito que tinha muitas admiradoras. Tentando em vão conseguir sua atenção e seu interesse, decidiu procurar alguém que pudesse lhe preparar uma poção de amor e em pouco tempo, encontrou uma mulher famosa por suas habilidades nestes assuntos. A jovem deveria (disse a mulher) receber a Eucaristia e antes que ficasse úmida em sua boca, removê-la delicadamente, colocando dentro de um tecido. “Afinal de contas” a mulher declarou: “Que remédio poderia ser mais potente que um feito com o divino Corpo do Rei dos Corações?”
A jovem fez como fora instruída e estava satisfeita, pois ninguém havia notado a remoção do Bendito Sacramento. Sua consciência, contudo, ficou conturbada quase que imediatamente. Enquanto caminhava para casa, especialmente quando entrou em casa, ficou tão aflita que para aliviar sua consciência, decidiu esconder a Sagrada Hóstia.
Colocando o Bendito Sacramento em uma pequena bolsa, ela procurou um lugar seguro e escondido. Decidiu, então colocar em um canto distante da casa onde era guardado o pão. Dois dias e duas noites se passaram. Durante alguns momentos do sono, ela foi atormentada por pesadelos e imaginou ter escutado vozes de julgamento que a condenava ao fogo eterno.
No terceiro dia, logo após o amanhecer, ela levantou de sua cama e recuperou a Hóstia. Enquanto discutia se dava a Hóstia para a mulher que lhe dera o mau conselho ou se devolvia para a Igreja, ela abriu a bolsa e levantou as dobras do tecido de linho. Para seu espanto, viu que a Hóstia não era mais como pão, mas tinha se transformado na aparência de carne, que ela reconheceu estar vivo.
Suas lágrimas e soluços atraíram os membros de sua família, que correram até ela, viram o milagre e rapidamente informaram os vizinhos. A noticia se espalhou por toda a cidade. Quando o padre da paróquia ficou sabendo, foi na casa da jovem com outros padres, pegou a bolsa contendo a Hóstia e cobriu-a com um véu. Enquanto retornavam para sua igreja, decidiu levar a Hóstia para o Bispo, por causa do entusiasmo e impaciência de uma grande multidão de pessoas que queriam ver o milagre.
Foi dito que dentre todos os que acompanhavam o padre, uma pessoa estava ausente – a mulher que tinha sugerido a poção. Mais tarde esta mulher confessou que, quando escutou as noticias do milagre, se escondeu na escuridão de sua casa, preparando-se para a defesa. Ela decidiu dizer, dentre outras coisas, que ela era uma boa pessoa, honesta, de oração e que a garota era uma mentirosa e que a acusava falsamente.
Depois, satisfeita por ter razões suficientes para sua defesa, sentiu-se melhor e quando os mensageiros a convocaram diante do Bispo, ela prontamente os acompanhou. Quando esta mulher compreendeu que a multidão não lhe era hostil, teve novos sentimentos e decidiu se lançar aos pés do Bispo para pedir perdão.
Enquanto isso, na Catedral, a Hóstia tinha sido colocada sobre o altar, cercada de flores e velas. A fila de pessoas que se aproximavam para examinar o milagre parecia interminável. No dia seguinte, pessoas das regiões vizinhas também mostraram sua curiosidade.
Durante esse período, o Bispo de Alatri estava quase sempre ocupado em reuniões com visitantes eclesiásticos e personalidades civis que queriam consultar o assunto. Embora todos concordassem que um grave sacrilégio estava envolvido, eles não tinham certeza se uma severa e exemplar penitência deveria ser imposta sobre a mulher.
Então, uma carta foi escrita pelo Bispo Giovanni para o Supremo Pontífice Gregório IX, descrevendo resumidamente o sacrilégio e a maravilha de milagre que tinha resultado disto. O Santo Padre foi indagado acerca da penitência que deveria ser imposta sobre a mulher que tinha confessado sua culpa e estava sinceramente arrependida.
Na Páscoa do mesmo ano, 1228, o Bispo de Alatri teve a alegria de mostrar aos sacerdotes de sua diocese, a resposta do Papa. Datado de 13 março, o pergaminho contendo a assinatura do Papa encontra-se cuidadosamente guardado nos arquivos da Catedral de Alatri.
Depois de repetir os fatos do caso, o Pontífice declarou:
“…Nós deveríamos expressar os nossos mais sinceros agradecimentos a Ele que, embora sempre operando de maneira estupenda em todas as suas obras, em algumas ocasiões faz milagres e realiza novas maravilhas para chamar de volta pecadores à penitência, converter os perversos, frustrar as obras do mal de hereges, fortalecer a fé da Igreja Católica, sustentando sua esperança e acendendo sua caridade. Portanto, querido irmão, por esta carta apostólica, nós determinamos que você imponha uma penitência mais leve para a garota que, em nossa opinião, cometeu tão grave pecado movida mais pela fraqueza do que pela maldade, especialmente em consideração ao fato de que certamente se arrependeu sinceramente quando confessou seus pecados. De qualquer modo, contra a instigadora que com sua perversidade induziu a garota a cometer o sacrilégio, tome aquelas medidas disciplinares que você pense ser mais adequada. Também a ordene a pagar uma visita a todos os Bispos vizinhos, para confessar a eles seu pecado e implorar seu perdão com sincera submissão”.
A principal parte da Hóstia milagrosa guardada na própria capela da Catedral de Alatri, é exibida duas vezes por ano: no primeiro domingo depois da Páscoa e no primeiro domingo depois de Pentecostes.
Para os 750 anos do milagre em 1978, especiais celebrações foram observadas e palestras foram dadas. As palestras são preservadas em folhetos que fornece detalhes do milagre. Durante a cerimônia pelos 750o aniversário, monsenhor Cesário D’Amato declarou durante seu discurso que: “o milagre subsiste. Isto é visível, indestrutível, real”.

Irmã Suzana do Coração Agonizante de Jesus, PJC.

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