domingo, agosto 15, 2010

Santo Afonso de Ligório: Os santos saúdam a sua Rainha

14.08.2010 - Vieram depois dar-lhe a boa-vinda, e saudá-la como sua Rainha, todos os santos que então estavam no paraíso. Vieram primeiro as santas virgens. “As filhas a viram e elas apregoaram-na pela mais bem-aventurada” (Ct 6, 8). Nós, disseram, ó belíssima Senhora, somos também rainhas deste reino, mas vós sois a Rainha nossa. Fostes a primeira a dar-nos o grande exemplo de consagrar a nossa virgindade a Deus. Por isso vos louvamos e damos graças. Depois vieram os santos confessores saudá-la como sua Mestra, em cuja vida haviam aprendido tantas virtudes excelentes. Vieram os santos mártires saudá-la como sua Rainha, porque com sua grande constância, nas dores da Paixão de seu Filho, lhes ensinara e também alcançara com seus merecimentos a fortaleza para testemunhar a fé com a vida. Veio também S. Tiago, o único dos apóstolos que então se achava no paraíso, agradecer-lhe da parte de todos os outros apóstolos aquele conforto e auxílio que lhes dera estando na terra. Vieram depois os profetas saudá-la, e estes lhe diziam: Ah! Senhora, vós sois aquela, que pelas nossas profecias foi figurada. Vieram os santos patriarcas e lhe diziam: Ó Maria, vós então fostes a nossa esperança, tanto e por tão longo tempo por nós suspirada. Mas entre eles, com afeto maior vieram dar-lhe agradecimentos os nossos primeiros pais Adão e Eva. Ah, Filha amada! lhe diziam: Vós reparastes o dano feito por nós ao gênero humano; vós alcançastes ao mundo aquela bênção que perdemos por nossa culpa; por vós somos salvos. Para sempre sejais por isso bendita!
Vem depois beijar-lhe os pés S. Simeão e recordou-lhe com júbilo aquele dia em que tinha recebido das suas mãos o Menino Jesus. Vieram S. Zacarias e S. Isabel e novamente lhe agradeceram aquela amorosa visita, que com tanta humildade e caridade lhes fizera em sua casa, e pela qual receberam tantos tesouros. Veio S. João Batista, com maior amor, dar-lhe graças por tê-lo santificado por meio da sua voz. Mas que deveriam dizer-lhe, quando vieram saudá-la seus caros pais, Joaquim e Ana? Oh! Deus, com que ternura a deveriam abençoar dizendo: Filha dileta, que fortuna foi a nossa de ter tal filha! Eis que agora és a nossa Rainha, porque és Mãe do nosso Deus. Como tal nós te saudamos e veneramos. Mas quem nos dirá do afeto com que veio saudá-la seu caro esposo S. José? Quem nos poderá descrever o júbilo que experimentou o santo patriarca vendo a sua esposa chegada ao céu com tanto triunfo e aclamada Rainha de todo o paraíso? Com que ternura devia lhe dizer então: Ah! Senhora e esposa minha! Quando poderei chegar a agradecer quanto devo ao nosso Deus, por ter-me dado por esposa a vós, que sois a sua verdadeira Mãe? Por vós eu mereci na terra assistir à infância do Verbo Encarnado, tê-lo tantas vezes nos braços e dele receber graças especiais. Sejam benditos os momentos que gastei na vida a servir a Jesus e a vós, minha santa esposa! Eis o nosso Jesus, consolemo-nos que já não está agora deitado numa manjedoura sobre palhas, como nós o vimos nascido em Belém; já não vive pobre e desprezado, como outrora viveu conosco em Nazaré; já não está pregado num patíbulo infame, no qual morreu pela salvação do mundo em Jerusalém. Mas agora está sentado à direita do Pai, qual Rei e Senhor do céu e da terra. E eis que nós, Rainha minha, não nos separaremos mais dos seus santos pés, a louvá-lo e amá-lo eternamente.
[Santo Afonso de Ligório, Glórias de Maria, p. 2, tratado 1, VIII, Os santos saúdam a sua Rainha; pp. 345-347, Editora Santuário, 20ª edição, Aparecida, 1989]
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

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