domingo, agosto 28, 2011

Confissões de Santo Agostinho

Quem me dera descansar em ti! Quem me dera que viesses a meu coração e que o embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo, meu único
bem! Que és para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. E que sou eu para ti, para
que me ordenes amar-te e, se não o fizer, irar-te contra mim, ameaçando-me com terríveis
castigos? Acaso é pequeno o castigo de não te amar? Ai de mim! Dize-me por tuas misericórdias,
meu Senhor e meu Deus, que és para mim? Dize a minha alma: Eu sou a tua salvação. Que eu
ouça e siga essa voz e te alcance. Não queiras esconder-me teu rosto. Morra eu para que possa
vê-lo para não morrer eternamente.
Estreita é a casa de minha alma para que venhas até ela: que seja por ti dilatada. Está em
ruínas; restaura-a. Há nela nódoas que ofendem o teu olhar: confesso-o, pois eu o sei; porém,
quem haverá de purificá-la? A quem clamarei senão a ti? Livra-me, Senhor, dos pecados ocultos,
e perdoa a teu servo os alheios! Creio, e por isso falo. Tu o sabes, Senhor. Acaso não confessei
diante de ti meus delitos contra mim, ó meu Deus? E não me perdoaste a impiedade de meu
coração? Não quero contender em juízos contigo, que és a verdade, e não quero enganar-me a
mim mesmo, para que não se engane a si mesma minha iniqüidade. Não quero contender em
juízos contigo, porque, se dás atenção às iniqüidades, Senhor, quem, Senhor, subsistirá?

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