terça-feira, maio 31, 2011

Das Homilias de São Beda, o Venerável, presbítero

Maria engrandece o Senhor que age nela

Minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46).
Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons que lhe foram
especialmente concedidos; em seguida, enumera os benefícios universais com que Deus
favorece continuamente o gênero humano.

Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida
interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela
pensar sempre no poder da majestade divina.
Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu
Criador, de quem espera a salvação eterna.

Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena
ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio,
amava com perfeito amor espiritual aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa
de sua alegria.

Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que
todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua
carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao
mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.

O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49). Maria nada atribui a
seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom daquele que, sendo por
essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis,pequenos e fracos, em fortes
e grandes.

Logo acrescentou: E santo é o seu nome! Exorta assim os que a ouviam, ou melhor,
ensinava a todos os que viessem a conhecer suas palavras, que pela fé em Deus e pela
invocação do seu nome também eles poderiam participar da santidade divina e da
verdadeira salvação. É o que diz o Profeta: Então, todo aquele que invocar o nome do
Senhor, será salvo (Jl 3,5). É precisamente este o nome a que Maria se refere ao dizer:
Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.

Por isso, se introduziu na liturgia da santa Igreja o costume belo e salutar, de cantarem
todos, diariamente, este hino na salmodia vespertina. Assim, que o espírito dos fiéis,
recordando freqüentemente o mistério da encarnação do Senhor, se entregue com
generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de
Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na
hora das Vésperas, para que nossa mente fatigada e distraída ao longo do dia por
pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo
do repouso.

domingo, maio 15, 2011

Toca de Assis - 17 anos e Aprovação Diocesana


A Fraternidade de Aliança Toca de Assis  e os Filhos e Filhas da Pobreza do Santissimo Sacramento completaram na última sexta-feira, dia 13, Festa de Nossa Senhora de Fátima, 17 anos de existência; de "amor ao Ssmo. Sacramento, em espírito de reparação, no contexto da Liturgia (Santa Missa) e aos pobre sofredores em situação de rua" - segundo o que diz nossas constiutições que receberão Aprovação Diocesana (Ad experimentum por 5 anos) hoje, dia 15 de Maio, decretada pelo nosso Arcebispo de campinas Dom Bruno Gamberini e sua Chancelaria.

Para nós é uma imensa alegria, pois muitos disseram que a Toca iria se acabar, mas o que é de Deus  os homens não conseguiram eliminar (Atos 5,39).

Desejamos continuar a amar e adorar a Nosso Senhor presente em todos os Altares da Santa Igreja e na Cruz da calçada!



Nosso Pai-Fundador Padre Roberto Lettieri
















domingo, maio 08, 2011

Instruções Gerais sobre o Canto na Santa Missa

Série “Canto Litúrgico”, falaremos das instruções gerais que a Igreja nos dá em relação a cantar a missa: gestos, momentos, tipo de texto musical e melodias mais apropriadas para este ministério.
Quando a Instrução Geral do Missal Romano* (IGMR) explana das partes próprias do sacerdote dentro da Santa Missa, deixa claro que existem partes do rito, chamadas de “presidenciais”, que exigem ser proferidas em voz alta e distinta, sendo por todos atentamente escutadas; assim, conclui o texto dizendo que “enquanto o sacerdote as profere, não haja outras orações nem cantos, e calem-se o órgão e qualquer outro instrumento” (IGRM 32). Portanto, embora pareça dar beleza a estas partes, como o “Por Cristo, com Cristo e em Cristo (…)”, não devemos dedilhar o teclado ou o violão como que fazendo um ‘fundo musical’ para estes momentos. É costume em muitos ministérios se fazer este pano de fundo durante os momentos de silêncio, como no momento da Consagração do pão e do vinho, quando ocorre a transubstanciação, onde o sacerdote proclama “TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS (…)”; em algumas comunidades até se entoa um canto de adoração após a consagração de cada espécie. Porém, fica claro na IGMR que este é um momento de silêncio absoluto, para que o coração humano preste total atenção ao milagre que se manifesta diante de nossos olhos: Jesus Hóstia Santa, presença real no meio de nós. Este é apenas um exemplo, e para continuar a falar de quando não devemos cantar ou tocar, falemos do silêncio como ação litúrgica dentro da Missa.
Nos tempos de hoje o que percebemos é um grande medo do silêncio dentro do Santo Sacrifício. Creio que se manifesta em nós um receio de que no meio do calar o fiel se disperse do objetivo daquele momento, mas, na grande maioria das vezes, acho mesmo que temos medo de que o silêncio seja interpretado como um erro por parte do ministério de música. É que também a assembléia nem sempre sabe do lugar e da importância do silêncio para falar com Deus dentro da Santa Missa. E assim, preenchemos todos os “vazios” com música. E isso nem sempre é correto.
A Instrução Geral (45) nos apresenta o silêncio sagrado como parte da celebração, que tem uma natureza específica para cada momento. Assim, temos muitos sacerdotes que pedem um momento de silêncio durante o ato penitencial, antes de entoar o canto; após cada leitura e após a homilia pode-se guardar um momento de silêncio para a meditação; após a comunhão é necessário haver um momento de reflexão interior, de silêncio! O quanto nós, ministros de música, temos roubado daqueles que comungam o Senhor quando estendemos demasiadamente o canto de comunhão, mesmo após a fila ter acabado; como logo engatamos o chamado canto de pós-comunhão ou ação de graças – numa nomenclatura mais arcaica – não dando espaço para que a comunidade fique a sós um instante sequer com o Senhor em seu coração. O Guia Litúrgico-Pastoral, da CNBB, pede que “privilegie-se o silêncio, após a comunhão, como expressão da intimidade pessoal e comunitária com o mistério” (p. 30). Que o Senhor faça nossos ouvidos sensíveis ao silêncio sagrado!
Em breve continuaremos este vasto assunto, abordando o canto gregoriano e as melodias e letras que a Santa Mãe Igreja concebe como as mais litúrgicas, além de outros detalhes para melhor celebrar o Santo Sacrifício com música.
*IGMR (Instrução Geral do Missa Romano) é a grande primeira parte do conteúdo do Missal Romano, aquele Livro digno de cor vermelha que permanece sobre o altar e de onde o sacerdote proclama todas as orações durante a Santa Missa. Nada mais natural de que naquele livro haja todas as indicações de como se deve proceder com o Santo Sacrifício, quais suas partes, elementos, tempos litúrgicos, como todos os participantes devem se portar, desde o padre, passando por leitores, acólitos, ministério de música até cada fiel que compõe a assembléia. Sendo a Igreja mãe amorosa, disponibilizou todo este conteúdo num livro que se encontra em qualquer livraria católica, para ser adquirido por qualquer pessoa, com o título “Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário – texto oficial”, produzido pela própria CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a um preço bastante acessível. Os números indicados nesta formação são as referências aos tópicos base para cada comentário, pois na IGMR cada parágrafo é numerado para melhor consulta.


Natalie Rosa P. Neves
Leiga Associada da Fraternidade Missionária O Caminho
Ministério de Música – São Luís/MA

O 1º Milagre de Siena, Itália.


A cidade de Siena que ficou famosa por Santa Catarina e São Bernardino foi escolhida para não um, mas dois milagres.
O primeiro ocorreu em 1330 e o segundo a exatamente 400 anos mais tarde, em 1730. O primeiro foi milagre sangrento e o segundo incruento.
O milagre de 1330 diz respeito a um sacerdote de Siena que tinha sob sua guarda, os fiéis da cidade e arredores dela.
Um agricultor dos arredores ficou gravemente enfermo e foi levado ao padre. Às pressas o padre retirou a Hóstia consagrada do tabernáculo, mas ao invés de colocá-la em uma píxed, ele a inseriu entre as páginas de seu breviário.
Colocando o livro embaixo do braço, ele correu até o agricultor. Após recitar as orações, o padre abriu o breviário para dar a Hóstia ao enfermo, mas descobriu, para seu espanto, que a Hóstia havia sangrado tanto que quase derretera.
Sem nada dizer sobre isto, ele fechou o livro e voltou para Siena. Naquele momento, ninguém tinha consciência do milagre.
Com profundo remorso, o padre foi até o Mosteiro de Santo Agostinho e contou todos os detalhes do que acontecera ao Padre Simone Fidati, um homem de profunda espiritualidade, que também foi um célebre orador (após a morte Padre Simone foi beatificado pelo Papa Gregório XVI, que aprovou um ofício e missa em sua honra).
O padre mostrou então a Padre Simone as duas páginas do livro, manchadas com o Sangue da Hóstia e confiou o breviário a seus cuidados.
Após receber absolvição pela entrega pecaminosa da Hóstia consagrada, o padre afastou-se da história do milagre, que continuou com Padre Simone.
Passado algum tempo, Padre Simone arrancou uma das páginas manchadas de Sangue e deu de presente a seus confrades, os padres Agostinianos. Infelizmente esta página foi perdida em 1866 durante a supressão das ordens religiosas.
A segunda página foi encerrada em um vaso de prata e durante outro período de agitação, foi levada para a cidade natal de Padre Simone, onde foi pedido ardente devoção entre os sacerdotes, fiéis e autoridades civis.
Em 1962 houve uma análise aprofundada da relíquia. As dimensões do papel manchado de Sangue eram de 52x44mm e o diâmetro da mancha de sangue era de 40 mm. A mancha de sangue foi descrita como castanho claro, mas quando visto através de uma lente de aumento, a cor vermelha aparece e as partículas de sangue coagulado podem ser claramente identificadas. A condição ainda persiste.
Há ainda outro fenômeno que existe na mancha: quando vista através de uma lente mais fraca, a imagem revela o perfil de um homem triste. A mesma imagem pode ser vista em fotografias da mancha. As relíquias do milagre Eucarístico têm sido preservadas por mais de 650 anos.


Ir. Suzana do Coração Agonizante de Jesus, pjc
Fratérnitas Sagrado Coração – Penha.

Beato João Paulo II sobre a Vida Contemplativa

A vida contemplativa na igreja

“A vossa vida contemplativa é absolutamente vital para a Igreja e para a humanidade, não obstante a incompreensão ou mesmo oposição que às vezes transparece no pensamento moderno, na opinião pública, e, quem sabe, em certas franjas mal esclarecidas do cristianismo. Nesta certeza, vivei na alegria e radicalidade de vossa condição absolutamente original: o exclusivo amor do Senhor e, NELE, o amor de todos os vossos irmãos em humanidade. Aplicando vossa capacidade de amar na adoração e na prece, a vossa própria existência grita silenciosamente o primado de Deus, atesta a dimensão transcendente da pessoa humana e leva os homens, as mulheres e os jovens a pensar e a interrogar-se sobre o sentido da vida. Uma palavra às caríssimas religiosas que consagram a vida  à contemplação e vivem no recolhimento e na clausura a sua vida religiosa. Vossa forma de vida, queridas filhas, vos coloca no coração do Mistério da Igreja. Vossa  vida pessoal tem centro no amor esponsal de Cristo, Por isso, modeladas pelo seu Espírito, deveis dar-lhe todo o vosso ser tornando vossos os seus próprios sentimentos, os seus projetos e a sua missão de caridade e de salvação. Ora, isso não se confina dentro das quatro paredes dos mosteiros, mas diz respeito à grande história dos homens, onde se constrói a justiça, onde se cria a comunhão e participação nos bens materiais e espirituais, onde se procura instaurar a civilização do amor, onde, enfim, há de chegar, com a boa nova do Evangelho, a salvação de Deus”. Que os vossos mosteiros permaneçam lugares de paz e de interioridade, sem deixardes que pressões do exterior venham demolir vossas sadias tradições e anular o recolhimento. E orai, orai muito pelos que também rezam, pelos  que não podem rezar, pelos que não sabem rezar, e pelos que não querem rezar. E tende confiança! Com estas palavras, o Papa deseja estimular a generosidade de todas as religiosas contemplativas do Brasil”. (João Paulo II, 03/07/1980)

Francisco e Clara, inseparáveis
Às clarissas de Assis – 12/03/1982 – (Fontes Clarianas p. 228ss)
“... Só quero acrescentar a seguinte impressão. Este não é um discurso oficial (dos que se lêem no Osservatore Romano), é um discurso improvisado. Neste momento quero dizer-vos somente, caríssimas religiosas clarissas, irmãs de Santa Clara, uma preocupação que manifestei aos bispos com palavras claras. A vós quero confiá-las diretamente: estou preocupado e estamos preocupados, os bispos desta terra, porque as vocações femininas estão começando a ficar escassas. Parece que a mulher contemporânea, principalmente a jovem, não sente essa vocação. Por isso, eu as convido a rezar; desejo que reproduzais em nossa época o milagre de São Francisco e de Santa Clara, porque a jovem, a mulher contemporânea, deve voltar a encontrar-se nesta vocação, nesta missão, neste esplêndido carisma, escondido certamente e desprovido de exterioridades aparentes, mas, quão profundo! quão feminino! Esposa verdadeira, a alma feminina é capaz do amor pleno e irrevogável para com um esposo invisível. É  verdade que é invisível mas, como é visível! Entre todos os esposos possíveis do mundo, é certo que Cristo é o Esposo mais visível de todos os visíveis; é sempre visível, mas permanece invisível e visível na alma consagrada a Deus. São Francisco descobriu Deus uma vez, mas depois voltou a descobri-lo com Clara ao seu lado.

Alocução em Greccio às monjas de clausura (1982)
...”Com emoção dou graças a Deus por vossa presença afetuosa e significativa, e desejo reiterar os sentimentos que suscita em mim, vossa consagração total à vida contemplação. Esta vossa doação ao Absoluto, que exige uma vocação e tem por ideal unicamente o Amor, é um modo típico de ser Igreja, viver na Igreja e cumprir a missão iluminadora e salvadora da Igreja. Quero sublinhar com força o valor essencial e vossa presença no desígnio providencial de redenção e confirmar a validade de vossos propósitos de oração e penitência pela salvação da humanidade.
Vosso ideal é, em primeiro lugar, um sinal para o homem moderno, absorvido por mil problemas e atormentado por tantos acontecimentos sociais e políticos. Com sua vida de oração e austeridade, as irmãs de clausura propõe ao mundo as palavras de Jesus: “Buscai o Reino e tudo mais vos ser  dado por acréscimo”. Vosso exemplo real e concreto converte-se em exortação e convite ao homem, para que entre em si mesmo e deixe a superficialidade, dispersão e eficientismo, a fim de experimentar que nosso coração é feito realmente - como dizia Santo Agostinho - para o Infinito e só nele encontrar  repouso e paz”.

Alocução à comunidade franciscana na Igreja de Santo Antônio em Lisboa – 12/05/1982
“... Quisera sublinhar aqui a importância dos pequenos e humildes conventos de clausura, onde continua vivo o espírito de São Francisco e de Santa Clara, elevando-se  ali incessantemente orações para que as múltiplas atividades dos demais irmãos e irmãs não apague o espírito de oração e devoção, ao qual todas as outras coisas devem servir, como diz a Regra. Como gostaria de ter mais tempo para refletir convosco sobre este ponto! A oração é sempre a alma da evangelização, a alma de todo apostolado, nossa grande força espiritual”.

Pronunciamentos do Santo Padre no Brasil (1991)
“Desejo fazer especial menção, que é também um apelo, àqueles que se consagram para o serviço exclusivo do reino nas formas de vida contemplativa, testemunhando o absoluto de Deus na oração, no silêncio e na imolação escondida: são honra da Igreja e manancial de graças celestiais para a mesma e para todo o mundo. Todos auspiciamos que, num país imenso como o Brasil, marcado pelo dinamismo de nação jovem e de jovens, e por isso, tão necessitado da luz da esperança, com sua dimensão escatológica, se multiplique os oásis de paz, para alertar e ajudar tantos que, espiritualmente, vagueiam por desertos, atormentados pela sede de Deus!”
João Paulo II aos Bispos do Brasil -01/03/1986

“A vossa vida contemplativa é absolutamente vital para a Igreja e para a humanidade, não obstante a incompreensão ou mesmo oposição que às vezes transparece no pensamento moderno, na opinião pública e, quem sabe, em certas franjas mal esclarecidas do cristianismo. Nesta certeza, vivei na alegria e radicalidade de vossa condição absolutamente original, o exclusivo amor do senhor e nele, o amor de todos os vossos irmãos em humanidade. Aplicando vossa capacidade de amar na adoração e na prece, a vossa própria existência grita silenciosamente o primado de Deus, atesta e leva os homens, as mulheres e os jovens a pensar e interrogar-se sobre o sentido da vida.”
João Paulo II - 03 de julho de 1980 - Brasil

“Uma palavra às caríssimas religiosas que se consagram a vida à contemplação, e vivem no recolhimento e na clausura a sua vida religiosa. Vossa forma de vida, queridas filhas, vos coloca no coração do Mistério da Igreja. Vossa vida pessoal tem seu centro no amor esponsal de Cristo. Por isso, modeladas pelo seu espírito, deveis dar-lhe todo o vosso ser, tornando vossos os seus próprios sentimentos, os seus projetos e a sua missão de caridade e salvação. Ora, isso não se confina dentro das quatro paredes dos mosteiros, mas diz respeito à grande história dos homens, onde se constrói a justiça, onde se cria a comunhão e participação nos bens materiais e espirituais, onde, enfim, há de chegar, com a boa-nova do Evangelho, a salvação de Deus.”
João Paulo II - 03 de julho de 1980 - Brasil

“Que os vossos mosteiros permaneçam lugares de paz e de interioridade, sem deixardes que pressões do exterior venham demolir vossas sadias tradições e anular os vossos meios de cultivar e promover o recolhimento. E orai, orai muito pelos que também rezam, pelos que não podem rezar, pelos que não sabem rezar, e pelos que não querem rezar. E tende confiança! Com esta palavra, o Papa deseja estimulara a generosidade de todas as religiosas contemplativas do Brasil”
João Paulo II - 03 de julho de 1980 - Brasil

“Aqui vem a propósito realçar o papel desempenhado na evangelização pelas religiosas consagradas à oração, ao silêncio, ao sacrifício escondido e à penitência. A vossa vida tem um maravilhoso e misterioso poder de fecundidade apostólica... A vossa oblação de amor é integrada pelo próprio Cristo na sua obra de redenção universal, à maneira das ondas que se perdem nas profundidades do oceano!”
João Paulo II - 03 de julho de 1980 - São Paulo - Brasil

Pronunciamentos na Sicília
“Esta feliz ocorrência torna ainda mais significativo o meu encontro convosco. Na recordação, de fato, daquela que foi a primeira das filhas espirituais de São Francisco, é-me grato ressaltar como é importante no nosso tempo o testemunho da vida consagrada, sinal profético do primado divino sobre todas as coisas. Mediante o dom total a Deus, vós queridas Irmãs, sois chamadas a oferecer à Igreja um apelo constante para que, como Comunidade do Ressuscitado, ela procure “as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Cl 3,1). Os mosteiros, autênticos oásis do espírito, onde “a melhor parte que nunca ser  tirada” (cf. Lc 10,42) é escolhida como objetivo principal da existência, tornam-se assim silenciosas escolas de vida evangélica, capazes de estimular os crentes a viverem para Deus, em todas as condições concretas da sua existência. De bom grado, portanto, confio às vossas mãos erguidas na oração, os passos desta minha peregrinação apostólica e da minha missão na Igreja e no mundo. Sustentai-me com a vossa dedicação, para que eu possa sempre “confirmar os irmãos”, segundo o mandato de Cristo (cf. Lc 22,32). ...Caríssimas Irmãs, deste lugar que constitui de certo modo o centro da Comunidade diocesana, quereria agradecer-vos o serviço oculto por vós prestado à causa do Evangelho, à difusão do reino de Deus entre os homens. Vós desempenhais um papel essencial no apostolado da Comunidade Eclesial: como lâmpadas acesas ininterruptamente diante do altar do Cordeiro, sustentai a atividade de quantos estão empenhados nas múltiplas fronteiras da evangelização. O Senhor vos torne, dia após dia, cada vez mais conscientes desta vossa missão. Continuai neste itinerário de santificação e de fidelidade ao Evangelho, com constância e alegria, com docilidade ao Espírito Santo e zelo missionário, com escuta de Deus e compartilha fraterna dos corações. ...Agradecer o dom da vocação, significa amar o chamamento divino, amá-lo quer dizer vivê-lo na sua plenitude é dá-lo aos irmãos como fogo que arde. Qual é este dom da vocação, que é recordado pela santa Fundadora às suas filhas, senão o mistério do amor nupcial de Cristo, participado a cada uma de vós mediante o Espírito? Queridas Irmãs, vós sois só de Cristo, chamadas a viver sempre e só para Ele, numa atitude de oblação quotidiana, que vos põe em constante comunhão com as vicissitudes, alegres e tristes, da Igreja. A vossa vocação é o amor, não um amor que se fecha nas estreitas paredes da clausura, mas que alarga o coração até os confins do mundo. Vós viveis para Cristo: por conseguinte, viveis para a Igreja.
A vida claustral é profecia. Vivendo exclusivamente para o Senhor no vínculo da pobreza, da obediência e da castidade, sois convidadas a mostrar aos homens que só Deus é a riqueza autêntica, capaz de satisfazer todo o desejo humano. A dependência dele é condição da verdadeira liberdade e da duradoura paz do coração. Consagradas em absoluta fidelidade a Cristo, vós podeis assim cantar diante da humanidade inteira a alegria daqueles que vêem a Deus (cf. Mt 5,8), anunciando no tempo o mistério daquele dia eterno, quando Deus “ser  tudo em todos” (1Cor 15,28)
(Sicília, 10/05/93).

Trecho da homilia na canonização de Santa Eustóquia
...”Vós, Senhor, sois o meu Deus, anseio por vós. Minha alma está sedenta de vós” (Sl 62). Matura e serena é aquela alma que adverte a exigência de Deus com a mesma intensidade, com que a “terra  rida, exausta, sem água” espera a chuva que d  refrigério e vida. Adulta na fé e alegre na graça aquela pessoa que, quer no silêncio da noite e da contemplação, quer na oração simples, elevada também no trabalho cotidiano, se confia à paternidade divina para ter conforto e paz: Deus concede sempre estes dons a quem se refugiar sob as Suas asas. A contemplação da misericordiosa bondade divina é alimento e bebida que “sacia a alma”, a qual é preenchida pela linfa vital de Cristo. A assimilação a Jesus, que daqui deriva, faz viver a pessoa de modo sobre-humano, porque j  não se vive para nós mesmos, mas para Deus, cumprindo a Sua vontade e participando da Sua vida, procurada com ardor incessante. ...Deus chamou Santa Eustóquia tomou-a para Si e ela, no deserto da sua cela e nas prolongadas vigílias, viveu a expectativa do seu Senhor e Esposo, o qual a tornou capaz de entender as divinas palavras que dirigia ao seu coração. ... Quando, portanto, a alma humana sente a chamada do seu Deus, daquele Deus que ela procura, sem o qual é “como terra  rida, deserta, sem água”, então realiza-se no homem uma conversão cada vez mais profunda.

Protomosteiro de Assis – 10/01/1993
“... Vós representais a Igreja Esposa, a “Ecclesia orans”, que na sua perseverante e unânime oração nos Mosteiros do Ocidente, se une à ardente intercessão dos Mosteiros do Oriente “pela paz que desce do alto e pela unidade de todos”
... Na nossa época é necessário repetir a descoberta de Santa Clara, porque é importante para a vida da Igreja. Não sabeis quanto vós, ocultas e desconhecidas, sois importantes na vida da Igreja, quantos problemas, quantas coisas dependem de vós. É necessária a redescoberta daquele carisma, daquela vocação, é necessária a redescoberta da legenda divina de Francisco e de Clara.
... Peço-vos que continueis a sustentar meu universal ministério petrino com a força da vossa oração incessante. Sim, com a oração, na qual se revela um peculiar aspecto do perfil mariano da Igreja. Vós, de fato, sois na Igreja um particular “ícone” do mistério de Maria, segundo as palavras de Francisco dirigidas a Clara e às suas irmãs (cf. Seleções n. 48).

Carta por ocasião do VIII Centenário do Nascimento de Santa Clara
L'Oservatore Romano n. 35   29 de agosto de 1993
“A vida de Clara foi uma Eucaristia “...O itinerário contemplativo de Clara, que se concluir  com a visão do “Rei da Glória”, inicia precisamente do seu entregar-se totalmente ao Espírito do Senhor, à maneira de Maria na Anunciação: isto é, inicia daquele espírito de pobreza, que j  não deixa nada nela senão a simplicidade do olhar fixo em Deus. Para Clara a pobreza - tão amada e tão citada nos seus escritos - é a riqueza da alma que, despojada dos próprios bens, se abre ao “Espírito do Senhor e à sua santa operação”, como concha vazia na qual Deus pode derramar a abundância dos seus dons. O paralelo Maria-Clara aparece no primeiro escrito de São Francisco, na “Forma vivendi” dada a Clara: “Por inspiração divina tornastes-vos filhas e servas do altíssimo e sumo Rei, o Pai celeste, e tornastes-vos esposas do Espírito Santo, escolhendo viver segundo a perfeição do santo Evangelho”. Clara e as suas irmãs são chamadas “esposas do Espírito Santo”: termo desusado na história da Igreja, onde a religiosa, a monja é sempre qualificada como “esposa de Cristo”. Mas ressoam aqui alguns termos da narração de Lucas acerca da Anunciação, que se tornam palavras-chaves para exprimir a experiência de Clara: o “Altíssimo”, o “Espírito Santo”, o “Filho de Deus”, a “escrava do Senhor” e, por fim, aquela “sombra” que para Clara é o velamento, no momento em que os seus cabelos, cortados, caem aos pés do altar da Virgem Maria na Porciúncula “quase diante do tálamo nupcial”. A “atuação do Espírito do Senhor”, que nos é dado no Batismo, é a de criar no cristão o rosto do Filho de Deus. Na solidão e no silêncio, que Clara escolhe como forma de vida para si e para as suas coirmãs, entre os paupérrimos muros do seu mosteiro, a meio da encosta entre Assis e a Porciúncula, dissipa-se a nuvem de fumo das palavras e das coisas terrenas, e a comunhão com Deus torna-se realidade: amor que nasce e que doa. Clara, inclinada em contemplação sobre o Menino de Belém, assim exorta: “uma vez que esta visão dele é esplendor da glória eterna, claridade da luz perene e espelho sem mancha, todos os dias leva a tua alma para junto deste espelho... Contempla a pobreza daquele que foi depositado no presépio e envolvido em pobres panos. Ó admirável humildade e pobreza que causa maravilha! o Rei dos anjos, o Senhor do céu e da terra, está recostado numa manjedoura! Ele nem sequer percebe que também o seio de virgem consagrada, e de “virgem pobrezinha” apegada a “Cristo pobre”, se torna, mediante a contemplação e a transformação, um berço do Filho de Deus”. É a voz deste Menino que da Eucaristia, num momento de grande perigo - quando o mosteiro esta para cair nas mãos de tropas sarracenas a serviço do Imperador Frederico II - a consola - “Eu vos guardarei sempre!” Na noite de natal de 1252, Jesus Menino transporta Clara longe do seu leito de enferma e o amor, que não tem lugar nem tempo, envolve-a numa experiência mística que a imerge no abismo infinito de Deus.
Se Catarina de Sena é a Santa cheia de paixão pelo Sangue de Cristo, Teresa, a Grande, é a mulher que vai de “incumbência” em “incumbência” até ao limiar do Grande Rei, no Castelo interior, e Teresa do Menino Jesus é aquela que percorre, com simplicidade evangélica, a pequenina via, Clara é a amante apaixonada do Crucificado pobre, com que quer absolutamente identificar-se (cf. 2CtIn 19-22). ...Clara, que entra no mosteiro com apenas 18 anos, ali morre com 59 anos, depois duma vida de sofrimentos, de oração jamais diminuída, de dificuldades e de penitência. Por causa deste “ardente desejo do Crucificado pobre”, nada lhe pesar , a ponto de dizer no fim da vida ao Frei Reinaldo, que a assistia “no longo martírio de enfermidade tão grave...: Desde que conheci a graça do meu Senhor Jesus Cristo, por meio daquele seu servo Francisco, nenhuma dor me foi molesta, nenhuma penitência pesada, nenhuma enfermidade me foi dura, irmão caríssimo” (LSC 44). ... Na realidade, a vida inteira de Clara era uma eucaristia, porque - de igual modo como Francisco - ela elevava da sua clausura um contínuo “agradecimento” a Deus com a oração, o louvor, a súplica, a intercessão, as l grimas, a oferta e o sacrifício. Tudo era por ela acolhido e oferecido ao Pai, em união com a infinita “ação de graças” do Filho Unigênito, menino, crucificado, ressuscitado, vivo à direita do Pai. ...Com que maior fervor deve convergir para ela o vosso olhar, a fim de haurirdes dos seus exemplos estímulo a intensificar o impulso para corresponder às graças do Senhor, com dedicação cotidiana àquele empenho de vida contemplativa, da qual Igreja haure tanta força para a sua ação missionária no mundo hodierno. Cristo, nosso Senhor, seja a vossa luz e a alegria dos vossos corações.

Pronunciamento às Contemplativas em Bolonha
“A vós, Jesus revela o seu mistério de amor, para que o sirvais, como Maria, no silêncio fecundo da fé, tornando-se colaboradoras na obra da salvação. Caríssimas Irmãs, a vossa vida, recolhida e custodiada no mistério da Trindade, vos torna participantes do íntimo diálogo de amor que o verbo ininterruptamente mantém com o Pai no Espírito Santo. A comunidade eclesial reconhece em vossa vida um sinal da união exclusiva da Igreja Esposa com o seu Senhor. O mistério da esponsalidade, que pertence à Igreja em sua inteireza, assume nas vocações de especial consagração um relevo particular, que alcança a sua mais eloqüente expressão na mulher consagrada: pela sua mesma natureza, com efeito, ela é figura da Igreja, virgem, esposa e mãe, a qual mantém íntegra a fé no Esposo, gerando os homens para a vida nova do Batismo. Na religiosa claustral, pois, exatamente porque ela está empenhada em viver em plenitude o mistério esponsal da união exclusiva com Cristo, se cumpre o mistério celeste da Igreja. A clausura constitui uma maneira particular de estar com o Senhor, participando de seu aniquilamento numa forma de radical pobreza, mediante a qual se escolhe Deus como o único necessário, amando-o exclusivamente como o Tudo de todas as coisas. De tal modo os espaços do Mosteiro claustral se dilatam sobre horizontes imensos, porque abertos ao amor de Deus que abraça toda criatura. A clausura, portanto, não é só um meio de imenso valor para conseguir o recolhimento, mas um modo sublime de participar da Páscoa de Cristo. A vocação claustral vos insere no Mistério eucarístico, favorecendo a vossa participação no Sacrifício redentor de Jesus pela salvação dos homens. À luz dessas verdades aparece o liame que existe entre contemplação e missão. Mediante a união exclusiva com Deus na caridade, a vossa consagração torna-se misteriosamente, mas realmente fecunda. Esta é a vossa modalidade típica de participar na vida da Igreja, o contributo insubstituível à sua missão, que vos torna ‘colaboradoras de Deus e sustento dos membros débeis e vacilantes de seu inefável Corpo (Santa Clara de Assis). Na vossa forma de vida torna-se visível também aos homens o rosto orante da Igreja, o seu coração inteiramente possuído por Cristo e pleno de gratidão pelo Pai. De cada mosteiro se eleva incessante a oração de louvor e de intercessão pelo mundo inteiro, do qual vós sois chamadas a acolher e condividir sofrimentos, expectativas e esperanças.”
João Paulo II às contemplativas - Bolonha - 28 de setembro 1997.

sexta-feira, maio 06, 2011

Da Primeira Apologia a favor dos cristãos, de São Justino, mártir

A celebração da Eucaristia

A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como
verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos
pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou.
  
Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus
Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a
nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de
graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso
sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou.

Os apóstolos, em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação
que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de
mim. Isto é o meu corpo (Lc 22,19; Mc 14,22); e tomando igualmente o cálice e dando graças,
disse: Este é o meu sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais
deixamos de recordar estas coisas entre nós. Como que possuímos, socorremos a todos os
necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos
alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito
Santo.

No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou
nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que
o tempo permite.

Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à
imitação de tão sublimes ensinamentos.

Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao
acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água.Então o que preside eleva ao céu, com
todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre
os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também
enviados aos ausentes por meio dos diáconos.

 Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à
disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer
outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de
viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados.

Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus,
transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus
Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e
no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol,aparecendo aos seus apóstolos e discípulos,
ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração.

segunda-feira, maio 02, 2011

Com a Voz as Filhas da Pobreza do Santissimo Sacramento

Nós, Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
 
Somos um Instituto de Vida Consagrada, fruto da Fraternidade Toca de Assis, também fundado pelo
Pe. Roberto José Lettiere, que caminhando há 14 anos sob a luz do Espírito Santo, servimos a Cristo e sua Igreja, no carisma de Adoração e Reparação ao Santíssimo Sacramento e o cuidado (amor) e serviço ao pobre sofredor de rua, pois em ambas realidades, Deus revela sua face oculta a nós, já antes anunciada em seu Santo Evangelho.“...Chamamo-nos ‘Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento’, porque nascemos de Jesus Sacramentado, e alimentadas por Ele, queremos nos configurar à sua pobreza Eucarística”


A nossa adoração, uma vida eucarística
Jesus o Santíssimo Sacramento, é a razão dês er da Filha da Pobreza. Dele nascemos e para ele somos. Antes de tudo, a Filha da Pobreza é uma adoradora do Corpo e Sangue de Cristo, para a glória de Cristo, mas também por uma necessidade de sua essência. É ela que precisa dele e não ele que precisa dela. Precisa de seu amor. Precisa ser dele alimentada em cada Santa Missa. Precisa dele para ter sentido sua vida. Ah não, ela não é uma santa, mas certamente traz em seu coração o desejo de santidade. E como somos incapazes para tal, é em adoração que se entrega para que ele, o Santo, o Esposo, realize essa obra de amor. Busca ter zelo em tudo que se diz respeito à sua presença Eucarística,quer no trato das nossas capelas, quer no referente à liturgia, como também em lhe ser companhia ao longo do dia pela adoração eucarística, em unir-se a ele pela comunhão sacramental diária, em voltar a ele seu pensamento e coração. Dele falar, a ele defender, de modo que todos possam reconhecer e proclamar sua dignidade e realeza, tão esquecido no coração dos fiéis, abandonado em tantos sacrários, indiferente em tantas comunhões mal feitas.
“Seja amado e adorado em todo momento, Jesus o Santíssimo Sacramento!” Que todos possam adorá-lo não só em pensamentos e palavras, mas em vida, em Espírito e verdade. Ele que sustenta a Santa Igreja, só nos pede Amor, nossa companhia, nosso olhar, nossa reverência, nosso "Eis-me aqui Senhor! Quero contigo ficar, desejava te ver".

“O Amor não é Amado!” São Francisco de Assis

Uma vida a serviço dos pobres sofredores de rua...

Voltando os olhos pra cristo, que no altar vive o sofrimento místico e real, em sua paixão e morte, por nós imolado no altar da cruz, como não reconhecê-lo nos que sofrem o abandono, o desprezo, a enfermidade...? cristo se solidariza em seus sofrimentos. Abandonado no altar, é também abandonado pelas ruas da cidade, julgado e condenado a morte por tantos da sociedade “É um qualquer!” dizem tantos; e responde Cristo “sou eu! E o que fizerdes ao menor desses meus irmãos é a mim que o fazeis!” Daí nossa vocação e missão se completa em estar com Jesus aos pés da cruz, de seu sacrifício no altar e de seu sofrimento nos mais abandonado dos homens. Onde hoje buscamos crescer e melhor servir, devolvendo-lhes a dignidade humana e de Filhos de Deus, a uma sociedade que se quer os reconhece entre os seus. Em cada Pastoral de rua, em cada acolhimento destes em nossas casas, se dá um encontro pessoal e particular com Cristo, que espera por nós ser acolhido, amado e servido... Com São Lourenço podemos dizer: “Os pobres são o tesouro da Igreja”!



Beato João Paulo II aos Jovens

Se sentirdes o chamado do Senhor, não o recuseis! Entrai antes, corajosamente nas grandes correntes de santidade, que foram iniciadas por santas e santos insignes no seguimento de Cristo.
Cultivai os anseios típicos da vossa idade, mas aderi prontamente ao projeto de Deus sobre vós, se ele vos convida a procurar a santidade na vida consagrada.
 Admirai todas as obras de Deus no mundo, mas sabei fixar o olhar sobre aquelas realidades que jamais terão ocaso.
O terceiro milênio aguarda a contribuição da fé e da inventiva de uma multidão de jovens consagrados, para que o mundo se torne mais sereno e capaz de acolher a Deus, e nele, todos os seus filhos e filhas.

(Vita Consecrata nº106.)

domingo, maio 01, 2011

Frases do Beato João Paulo II

A Liberdade deve basear-se na verdade

1 - "O verdadeiro conhecimento e autêntica liberdade encontram-se em Jesus. Deixai que Jesus sempre faça parte de vossa fome de verdade e justiça, e de vosso compromisso pelo bem-estar de vossos semelhantes".
2 - "A Revelação ensina que não pertence ao homem o poder de decidir o bem e o mal, mas somente a Deus. O homem é certamente livre, uma vez que pode compreender e acolher os mandamentos de Deus. E goza de uma liberdade bastante Papa Joao Paulo II_1_.jpgampla, já que pode comer «de todas as árvores do jardim». Mas esta liberdade não é ilimitada: deve deter-se diante da «árvore da ciência do bem e do mal», chamada que é a aceitar a lei moral que Deus dá ao homem. Na verdade, a liberdade do homem encontra a sua verdadeira e plena realização, precisamente nesta aceitação. Deus, que «só é bom», conhece perfeitamente o que é bom para o homem, e, devido ao seu mesmo amor, propõe-lo nos mandamentos."
3 - "Portanto, a lei de Deus não diminui e muito menos elimina a liberdade do homem, pelo contrário, garante-a e promove-a. Bem distintas se apresentam, porém, algumas tendências culturais hodiernas, que estão na origem de muitas orientações éticas que colocam no centro do seu pensamento um suposto conflito entre a liberdade e a lei. Tais são as doutrinas que atribuem a simples indivíduos ou a grupos sociais a faculdade de decidir o bem e o mal: a liberdade humana poderia «criar os valores», e gozaria de uma primazia sobre a verdade, até ao ponto de a própria verdade ser considerada uma criação da liberdade. Esta, portanto, reivindicaria tal autonomia moral, que, praticamente, significaria a sua soberania absoluta."
4 - "A liberdade, em todos seus aspectos, deve se basear na verdade. Quero repetir aqui as palavras de Jesus: "E a verdade vos libertará" (Jo 8,32).
5 - "Só a liberdade que se submete à Verdade conduz a pessoa humana a seu verdadeiro bem. O bem da pessoa consiste em estar na Verdade e em realizar a Verdade".(Veritatis Splendor)

O respeito à vida como fundamento de direitos

1 - "O respeito à vida é fundamento de qualquer outro direito, inclusive o da liberdade."
2 - "A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta desde o momento da concepção. A partir do primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos seus direitos de pessoa, entre os quais está o direito inviolável de todo ser inocente à vida".
3 - Qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação me atinge. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa fraqueza humana, na forma superficial de considerar a vida."
4 - Todo ser humano, desde sua concepção, tem direito de nascer, quer dizer, a viver sua própria vida. Não só o bem-estar, mas também, de certo modo, a própria existência da sociedade, depende da salvaguarda deste direito primordial.
5 - Se a criança por nascer tem negado este direito (à vida), será cada vez mais difícil reconhecer sem discriminações o mesmo direito a todos os seres humanos.

A Família como Igreja domestica


1 - A família está chamada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se transforme em oração.
2 - Em uma família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão.
3 - O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser "familiar".
4 - "O matrimônio e a família cristã edificam a Igreja. Os filhos são frutos preciosos do matrimônio."
5 - A família é "base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida".
6 - Que toda família do mundo possa repetir o que afirma o salmista: "Vede como é doce, como é agradável conviver os irmãos reunidos" (Sl 133, 1).
7 - Os pais têm direitos e responsabilidades específicas na educação e na formação de seus filhos nos valores morais, especialmente na difícil idade da adolescência. (Familiaris Consortio - Exortação Apostólica - 1981)

O homem e a necessidade de Deus

1.- "A pessoa humana tem uma necessidade que é ainda mais profunda, uma fome que é maior que aquela que o pão pode saciar -é a fome que possui o coração humano da imensidade de Deus".
2.- "A caridade procede de Deus, e tudo o que ele ama nasce de Deus e conhece a Deus... porque Deus é amor (1 Jo 4,7-9). Somente o que é construído sobre Deus, sobre o amor, é durável".

Uma só missão: anunciar Cristo, evangelizar

1 - "Como os Reis Magos, sede também vós peregrinos animados pelo desejo de encontrar o Messias e de adorá-lo! Papa Joao Paulo II_13_.jpgAnunciai com valentia que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!"
2 - "Se quiserdes ser eficazes pregadores da Palavra, deveis ser homens de fé profunda, e ao mesmo tempo ouvintes atuantes da Palavra".
3 - "A Palavra de Deus é digna de todos vossos esforços. Abraçá-la em toda sua pureza e integridade, e difundi-la com o exemplo e a pregação, é uma grande missão. Esta é vossa missão hoje, amanhã e pelo resto de vossas vidas".

A verdadeira fonte da paz

1 - "Homens e mulheres do terceiro milênio! Dexai-me repetir: abri o coração a Cristo crucificado e ressuscitado, que vos oferece a paz! Onde entra Cristo ressuscitado, com Ele entra a verdadeira paz"
2 - "Neste tempo ameaçado pela violência, pelo ódio e pela guerra, testemunhai que Ele (Jesus), e somente Ele, pode dar a verdadeira paz ao coração do homem, às famílias e aos povos da terra. Esforçai-vos em buscar e promover a paz, a justiça e a fraternidade. E não esqueçais da palavra do Evangelho: «Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque eles serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9)."
3 - " A verdadeira reconciliação entre homens em conflito e em inimizade só é possível, se se deixam reconciliar ao mesmo tempo com Deus"

Sobre os jovens, para os jovens

1 - "A Igreja os vê com confiança e espera que sejam o povo das bem-aventuranças! "Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13-14).
2 - "Não temam responder generosamente ao chamado do Senhor. Deixem que sua fé brilhe no mundo, que suas ações mostrem seu compromisso com a mensagem salvadora do Evangelho!"
3 - Como os Reis Magos, sejam também peregrinos animados pelo desejo de encontrar ao Messias e de adorá-lo! Anunciai com coragem que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!"
4 - "Queridos jovens, já sabeis que o cristianismo não é uma opinião e não consiste em palavras vãs. O cristianismo é Cristo! É uma Pessoa, é o que Vive! Encontrar a Jesus, amá-lo e fazê-lo amar: eis aquí a vocação cristã."
5 - "Queridos jovens, só Jesus conhece vosso coração, vossos desejos mais profundos. Só Éle, quem os amou até a morte, (Jn 13,1), é capaz de saciar vossas aspirações. Suas palavras de vida eterna, palavras que dão sentido à vida. Ninguém fora de Cristo poderá dar-vos a verdadeira felicidade."
6 - "Agora mais que nunca é urgente que sejais os "sentinelas da manhã", os vigias que anunciam a luz da alvorada e a nova primavera do Evangelho, da que já são vistas os brotos. A humanidade necessita imperiosamente do testemunho de jovens livres e valentes, que se atrevam a caminhar contra a corrente e a proclamar com força e entusiasmo a própria Fé em Deus, Senhor e Salvador." (Das Mensagens para a XVII Jornada Mundial da Juventude - julho de 2002.)

A cruz não é escândalo, é esperança

1 - "O sofrimento humano alcançou seu ápice na paixão de Cristo."
2 - "Onde surge a Cruz, vê-se o sinal de que chegou a Boa Notícia da salvação do homem mediante o amor. Onde se ergue a cruz, está o sinal de que foi iniciada a evangelização. A cruz se transforma também em símbolo de esperança. De instrumento de castigo, passa a ser imagem de vida nova, de um mundo novo".
3 - "A cruz, na qual se morre para viver; para viver em Deus e com Deus, para viver na verdade, na liberdade e no amor, para viver eternamente".
4 - "Na cruz de Cristo não apenas se cumpriu a redenção mediante o sofrimento, como o próprio sofrimento humano foi redimido." "A cruz de Cristo tornou-se uma fonte da qual brotam rios de água viva."

Papa Joao Paulo II_11_.jpg
Confiança, fragilidade e graça

1 - "Os verdadeiros discípulos de Cristo têm consciência de sua própria fragilidade. Por isto colocam toda sua confiança na graça de Deus que acolhem com coração indiviso, convencidos de que sem Ele não podem fazer nada (cfr Jo 15,5). O que os caracteriza e distingue do resto dos homens não são os talentos ou as disposições naturais. É sua firme determinação em caminhar sobre as pegadas de Jesus".
2 - "Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E que pode tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com vós mesmos. Mas «o que é impossível para os homens, é possível para Deus» (Lc 18,27; 1,37)."

A Fé e a Razão

1.- "A fé e a razão (Fides et ratio) são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, definitivamente, de conhecê-lo para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo (cf. Ex 33, 18; Sl 27 [26], 8-9; 63 [62], 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).
2 - O homem parece ter-se esquecido de que este é sempre chamado a voltar-se também para uma realidade que o transcende. Sem referência a esta, cada um fica ao sabor do livre arbítrio, e a sua condição de pessoa acaba por ser avaliada com critérios pragmáticos baseados essencialmente sobre o dado experimental, na errada convicção de que tudo deve ser dominado pela técnica. Foi assim que a razão, sob o peso de tanto saber, em vez de exprimir melhor a tensão para a verdade, curvou-se sobre si mesma, tornando-se incapaz, com o passar do tempo, de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser. A filosofia moderna, esquecendo-se de orientar a sua pesquisa para o ser, concentrou a própria investigação sobre o conhecimento humano. Em vez de se apoiar sobre a capacidade que o homem tem de conhecer a verdade, preferiu sublinhar as suas limitações e condicionalismos. (Fides et Ratio - setembro de 1998)