Nasceu no acampamento militar de Avor (Bourges), em 1880. Em 1901, entrou no Carmelo de Dijon, emitindo os votos religiosos em 1903. Passou “à Luz, ao amor e à vida” da Pátria a 9 de novembro de 1906. Verdadeira adoradora em espírito e verdade, entre penas interiores e doenças viveu como “louvor de glória” da Santíssima Trindade presente na alma, encontrando no mistério da inabitação o seu “céu na terra”, seu carisma e missão eclesial.
Dos escritos espirituais da Beata Elisabete:
“No Céu a minha missão consistirá em atrair as almas, ajudando-as a sair de si mesmas para unirem-se ao Senhor, mediante um movimento espontâneo e cheio de amor, e em mantê-las naquele silêncio interior que permite a Deus imprimir-se nelas e transformá-las em Si.
Acreditar que um Ser, que é Amor, habite em nós a qualquer momento do dia e da noite e que nos pede vivamos em sociedade com Ele, eis o que transformou a minha vida num Céu antecipado!
Nós carregamos o Céu dentro de nós, porque Aquele que sacia os bem-aventurados, na luz da visão beatífica, entrega-se a nós na fé e no mistério. É a mesma coisa! Parece-me ter encontrado o meu Céu na terra, porque o céu é Deus e Deus está em minha alma. O dia em que compreendi isto, tudo se iluminou dentro de mim e muito gostaria de sussurrar este segredo àqueles que amo, para que também eles, através de todas as coisas, se unam sempre a Deus.
Embora a oração seja a nossa principal e até mesmo a nossa única ocupação – porque a oração de uma Carmelita nunca deva interromper-se, temos que coser e realizar outras atividades externa. Gostaria que me observassem na lavagem da roupa, chaspinhando na água com o Hábito arregaçado. Podem duvidar da minha destreza nesta matéria, e não sem razão; mas com Jesus tudo se enfrenta, acha-se tudo delicioso, não existe dificuldade e se está disposto a tudo. Oh! Como se vive bem no Carmelo! É o melhor país do mundo e posso dizer que me sinto tão feliz como peixe na água.
A Carmelita é uma alma que contemplou o Divino Crucificado, que o viu oferecer-se como vítima ao seu Pai em prol das almas; ela reflete à luz da grande visão da caridade de Cristo e compreendeu, assim, a paixão de amor da sua alma e quis entregar-se como Ele.
Constituo-o te depositária de minha fé na presença de Deus, do Deus que é todo amor e que habita em nossas almas. Quero comunicar-te meu segredo: esta intimidade com Ele, no santuário de meu coração, tem sido o sol resplandecente que iluminou minha vida, convertendo-a num Céu antecipado. É isto que hoje me sustenta no sofrimento. Minha fraqueza não infunde medo. Pelo contrário: minha confiança brota dela porque o Forte está em mim e a sua virtude é onipotente”.
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