
Quem  são estes que trazem em suas mãos e em seus lábios o poder de  transubstanciar o Pão e o Vinho no Corpo e Sangue de Cristo?
 Quem  são estes, que o próprio Deus obedece, ao ouvir as Sagradas Palavras  pronunciadas pelos seus lábios?
 Quem  são estes portadores da bênção, que aquilo que ligam na terra ligam no  Céu, e o que desligam na terra, desligam no Céu?
 Quase  nunca nos atentamos ou buscamos aprofundar o mistério desses Homens do  Altar, consumidos de amor por Deus e pelas almas.
 Antes  de tudo são homens, que assim como nós foram chamados a vida e a  santidade, que possui suas fraquezas e suas limitações de ser humano,  capazes de fazer o bem, mas também de fazer o mal.
 Deus  os separou para conduzir o seu rebanho ao Céu, e para tal missão,  derramou sobre eles graças sobrenaturais, que os fazem vencer muitas  lutas, mas esse mesmo Deus não anulou a sua humanidade, pois é através  desta, que eles constroem a sua santidade, na luta do dia-a-dia, e podem  compreender o povo a eles confiados pois eles mesmos não estão isentos  de dores e de erros.
 Homens  que ao sentirem que o Senhor os chamava a uma vocação específica, mesmo  conscientes de suas limitações e misérias, disseram com generosidade o  seu SIM, e a partir de sua resposta, Deus derramou abundantes graças  sobre eles, para que levem em frente e com fidelidade o SIM dado.
 Homens  que se decidiram viver do sobrenatural, das coisas eternas, mesmo  estando na terra. Que optaram por viver a radicalidade do 1° mandamento  “amar a Deus sobre todas as coisas”.
 Homens  que depois que foram tocados pelo sublime e grandioso amor de Deus,  pode então exclamar como São Paulo, “ considero tudo como lixo, como  perda”.
 Homens  comuns, que tem um coração a bater no peito, que sentem fome e sede,  que sentem saudades, solidão, que choram, que riem, que se emocionam,  que sentem dor, que ficam doentes, que vão ao médico, que também  precisam de cuidados, que se dão, que aconselham, que trazem em si seus  próprios desejos, aos quais precisam renunciar todos os dias para que a  vontade de Deus se cumpra em suas vidas.
 Homens  que renunciaram a tudo e a todos por um bem maior, que é o próprio  Deus, que foram selados pelo Céu, que trazem em si, em seus corações as  Marcas do Eterno. Que pelo seu Sim, não se pertencem mais, mas pertencem  a Deus, e na medida que o Coração de Deus os pede, pertencem a  humanidade.
 Nunca  nos esqueçamos que eles são de Deus, são propriedade de Deus. Por isso,  tomemos cuidado, pois quando nos aproximamos de um Sacerdote,  precisamos lembrar disso, “eles são propriedades do Criador”, que seu  Ministério pertence a nós, mas eles pertencem à Aquele que os chamou, e  que este é ciumento: “Ai daqueles que tocam em um dos meus consagrados”!
 Se  é pecado cobiçar as coisas alheias, as coisas do próximo, imagine  cobiçar aquilo que pertence a Deus?
 Devemos  zelar, cuidar dos Sacerdotes, porque sem eles morreremos de fome, pois  eles trazem para nós o Pão da Vida Eterna, o perdão para os nossos  pecados, e através de suas palavras que calam nossos corações, por serem  as palavras do próprio Deus alívio as nossas dores.
 O  Sacerdote é mistério de amor, pequeno diante dos homens e grande aos  olhos de Deus. E diante do mistério eu ajoelho e rezo!
  
 (Oração indulgenciada por S. Pio X em 03/03/1905)
 Ó  Jesus, Pontífice Eterno, Divino Sacrificador, Vós que, no Vosso  incomparável amor, deixastes sair do Vosso Sagrado Coração o sacerdócio  cristão, dignai-Vos derramar, nos Vossos sacerdotes, as ondas  vivificantes do Amor infinito.
 Vivei  neles, transformai-os em Vós, tornai-os, pela Vossa graça, instrumentos  de Vossas Misericórdias.
 Atuai  neles e por eles, e fazei que, revestidos inteiramente de Vós pela fiel  imitação de Vossas adoráveis virtudes, operem, em Vosso nome e pela  força de Vosso espírito, as obras que Vós mesmo realizastes para a  salvação do mundo.
 Divino  Redentor das almas, vede como é grande a multidão dos que dormem ainda  nas trevas do erro; contai o número dessas ovelhas infiéis que ladeiam  os precipícios; considerai a multidão dos pobres, dos famintos, dos  ignorantes e dos fracos que gemem ao abandono.
 Voltai  para nós por intermédio dos Vossos sacerdotes. Revivei neles; atuai por  eles, e passai de novo através do mundo, ensinando, perdoando,  consolando, sacrificando, e reatando os laços sagrados do amor entre o  Coração de Deus e o coração humano.
 Amém.
  
 Do livro «O Sagrado  Coração e o Sacerdócio», de Madre Luísa Margarida Claret de La ToucheIrmã Judite do Coração  Sacerdotal de Jesus
Religiosa da Fraternidade O Caminho
Fraternitas Ancilla  Domine – Campo Mourão/PR