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sábado, março 05, 2011

Beata Elisabete da Trindade

Nasceu no acampamento militar de Avor (Bourges), em 1880. Em 1901, entrou no Carmelo de Dijon, emitindo os votos religiosos em 1903. Passou “à Luz, ao amor e à vida” da Pátria a 9 de novembro de 1906. Verdadeira adoradora em espírito e verdade, entre penas interiores e doenças viveu como “louvor de glória” da Santíssima Trindade presente na alma, encontrando no mistério da inabitação o seu “céu na terra”, seu carisma e missão eclesial.

Dos escritos espirituais da Beata Elisabete:

“No Céu a minha missão consistirá em atrair as almas, ajudando-as a sair de si mesmas para unirem-se ao Senhor, mediante um movimento espontâneo e cheio de amor, e em mantê-las naquele silêncio interior que permite a Deus imprimir-se nelas e transformá-las em Si.

Acreditar que um Ser, que é Amor, habite em nós a qualquer momento do dia e da noite e que nos pede vivamos em sociedade com Ele, eis o que transformou a minha vida num Céu antecipado!

Nós carregamos o Céu dentro de nós, porque Aquele que sacia os bem-aventurados, na luz da visão beatífica, entrega-se a nós na fé e no mistério. É a mesma coisa! Parece-me ter encontrado o meu Céu na terra, porque o céu é Deus e Deus está em minha alma. O dia em que compreendi isto, tudo se iluminou dentro de mim e muito gostaria de sussurrar este segredo àqueles que amo, para que também eles, através de todas as coisas, se unam sempre a Deus.

Embora a oração seja a nossa principal e até mesmo a nossa única ocupação – porque a oração de uma Carmelita nunca deva interromper-se, temos que coser e realizar outras atividades externa. Gostaria que me observassem na lavagem da roupa, chaspinhando na água com o Hábito arregaçado. Podem duvidar da minha destreza nesta matéria, e não sem razão; mas com Jesus tudo se enfrenta, acha-se tudo delicioso, não existe dificuldade e se está disposto a tudo. Oh! Como se vive bem no Carmelo! É o melhor país do mundo e posso dizer que me sinto tão feliz como peixe na água.

A Carmelita é uma alma que contemplou o Divino Crucificado, que o viu oferecer-se como vítima ao seu Pai em prol das almas; ela reflete à luz da grande visão da caridade de Cristo e compreendeu, assim, a paixão de amor da sua alma e quis entregar-se como Ele.

Constituo-o te depositária de minha fé na presença de Deus, do Deus que é todo amor e que habita em nossas almas. Quero comunicar-te meu segredo: esta intimidade com Ele, no santuário de meu coração, tem sido o sol resplandecente que iluminou minha vida, convertendo-a num Céu antecipado. É isto que hoje me sustenta no sofrimento. Minha fraqueza não infunde medo. Pelo contrário: minha confiança brota dela porque o Forte está em mim e a sua virtude é onipotente”.

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