sábado, março 05, 2011

Vocação Carmelita- Parte II

"Sua Majestade parece ter escolhido as almas que trouxe para cá...

Essas religiosas suportam tudo com muita alegria e contentamento, achando-se cada uma indigna de merecer o lugar que ocupa. Isso ocorre especialmente com algumas que o Senhor tirou de muita vaidade e prazeres do mundo, onde poderiam ser felizes nos termos da terra; Deus lhes deu contentamentos tão maiores aqui que se verifica com clareza que elas receberam cem por um daquilo que deixaram, e essas religiosas não fartam de dar graças a Sua Majestade" (Santa Teresa).

Quando muitos encaram a vida contemplativa como um "desperdício" – afinal, vivemos em uma cultura utilitarista - nossas jovens procuram a radicalidade e são atraídas pela força do carisma: a interioridade, oração como "trato de amizade com Aquele que sabemos que nos ama", humanismo teresiano: alegria, simplicidade, afabilidade no trato.

A grande popularidade e contemporaneidade dos Santos do Carmelo se encarregam da divulgação do carisma através da devoção popular. Existe uma irradiação mística e espiritual da vida de clausura que exerce uma força de atração sobre as jovens vocações ao Carmelo.

"Na base de toda consagração religiosa há um chamado de Deus, que só se explica pelo amor que Ele tem à pessoa chamada. Este amor é absolutamente gratuito, pessoal e único. Abarca toda a pessoa, a tal ponto que esta já não se pertence, mas pertence a Cristo" (PI,8)


"Aquelas a que Deus chama dão a Cristo Redentor uma resposta de amor; um amor que se entrega totalmente e sem reserva e se concretiza na oferenda de todo ser ‘como hóstia viva, santa e agradável a Deus’. Unicamente este amor de caráter nupcial, implicando toda a afetividade da pessoa, permitirá motivar e sustentar as renúncias e as cruzes que necessariamente encontra quem quer ‘perder sua vida’ por Cristo e pelo Evangelho" (PI,9)


A vocação ao Carmelo na Igreja e a peculiar forma de vida instaurada e testemunhada por Santa Teresa de Jesus, exigem daquelas que, acolhendo o chamado divino, desejam abraçá-lo, determinem-se firmemente a seguir os conselhos evangélicos "com toda a perfeição possível", em prol das necessidades da Igreja, dentro de uma pequena Comunidade bem arraigada na solidão, na oração e na abnegação. (Const. 131)


Devem ser pessoas:

• de vivência cristã e inseridas em uma Paróquia;

• de oração, que aspirem a toda perfeição da caridade;

• de bom entendimento;

• boa saúde física e psíquica, com suficiente equilíbrio e fortaleza de ânimo;

• movidas por motivos sobrenaturais e claros.


Experiência:

Nossas Constituições oferecem, sabiamente, àquelas que mostrem sérios indícios de vocação à vida contemplativa a possibilidade de viver previamente algum tempo dentro do Mosteiro, para conhecer por própria experiência, nossa vida carmelitana e que se inicia após um acompanhamento vocacional.

Postulantado:

A candidata que, após maduro exame, demonstre sinais de vocação à nossa Ordem, poderá ser admitida ao postulantado; este serve de ensaio prévio, com a finalidade de permitir uma avaliação sobre as aptidões e a vocação da candidata e de facilitar uma passagem progressiva da vida do mundo à do noviciado.

Noviciado:

O noviciado começa com o rito de iniciação à vida religiosa, durante a qual se dá à candidata o Hábito da Ordem juntamente com o véu branco; tem como fim principal que a noviça assimile em profundidade o espírito próprio do seguimento de Cristo na forma do Carmelo teresiano contemplativo.


Profissão de Votos Temporários:

• Em virtude da Profissão religiosa, a candidata abraça com voto público o compromisso dos três conselhos evangélicos. Fará sua Profissão por 1 ano, com sucessivas renovações.

• Durante o período dos votos temporários, receberá formação para aperfeiçoar a própria experiência e o conhecimento da doutrina adquiridos durante o noviciado e preparar-se adequadamente para a Consagração definitiva pelos votos solenes.

Profissão Solene:

Com a Profissão pública e solene dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, são consagradas a Deus por mediação da Igreja; e, com um título novo e especial, entregam-se à sua glória, à edificação do Corpo Místico de Cristo e à salvação do mundo. Tal consagração, radicada na do batismo e ordenada ao desenvolvimento da sua graça em abundância, é um verdadeiro desposório com Cristo, mediante uma nova aliança de amor; união que manifesta o mistério da Igreja Esposa e antecipa o anúncio dos bens da glória futura". (Const. 21)


"Ser esposa é entregar-se como Ele se entregou, é ser imolada como Ele, por Ele e para Ele... É o Cristo fazendo-se todo nosso e tornando-nos toda "sua"!... Ser esposa é ser fecunda, co-redentora, gerar almas para a graça, multiplicar os filhos adotivos do Pai, os resgatados de Cristo, os co-herdeiros de Sua glória!"
Beata Elisabete da Trindade





Nenhum comentário:

Postar um comentário