São Boaventura na sua Legenda Maior vai nos dizer que Francisco transformou-se n’Aquele que em seu excesso de amor quis ser crucificado (LM 13,3). Cumpria-se assim, na vida de Francisco o que dissera o grande Apostolo dos gentios, São Paulo, “Já não sou que vivo é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
É incontestável o fato de que foi concedida, pelo Altíssimo, uma graça especial para Francisco, por outro lado, é inegável também que desde a sua conversão ele procurou em tudo imitá-Lo.
Francisco era apaixonado por Jesus Crucificado. Começa a segui-Lo imitando sua nudez quando diante do bispo de Assis desfaz-se de suas roupas e nu vai seguir o Cristo nu da Cruz.
Como Cristo faz-se pobre com os pobres; mendigo entre os mendigos. Reproduz em si o Mistério da Encarnação de um Deus que se despojou de sua condição divina para assumir a condição de servo (Flp 2,6-7).
Como o Cristo que amou a sua Igreja e se entregou para santificá-la (Ef 5,25), também Francisco movido de abrasador amor pela esposa Amada do Senhor assume a convocação do Crucificado para ir e reconstruí-la.
Como Cristo que no início de sua vida pública chama seus primeiros seguidores, também Francisco, pela força da sua conversão atrai homens e mulheres para viverem o caminho da perfeição. “Desde que comecei a viver o Evangelho muitos começaram a me seguir”. Aqui também se ouve um eco das palavras do Apostolo Paulo; “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1Cor 11-1).
Imitou-O em tudo – pobreza, humildade, oração, serviço… – por isso O Amado decidiu tornar seu corpo semelhante ao d’Ele imprimindo-lhe as marcas da sua Paixão, como nos relata São Boaventura; “estando próxima a festa da Exaltação da Santa Cruz, eis que ele (Francisco) viu descer do alto do céu um Serafim de seis asas brilhantes como fogo.
Num rápido vôo chegou ele ao lugar onde estava o homem de Deus, e apareceu então um personagem entre as asas: era um homem crucificado, com as mãos e os pés estendidos e presos a uma cruz… Veio então a conhecer por revelação divina que essa visão lhe havia sido providencialmente apresentada para que, como amante de Cristo, compreendesse que devia transforma-se totalmente n’Ele…
No mesmo instante começaram a aparecer em suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao que antes havia na imagem do Serafim Crucificado” (LM 13, 3).
Diletos filhos da Santa Mãe Igreja, a vida de Francisco é um convite para que nestes dias santos em que contemplamos os sagrados Mistérios da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos decidamos por também nós sermos seus imitadores. Sejamos, eu e você, um alter Christis – outro Cristo; sejamos um outro Francisco.
Francisco, o mundo tem saudades de ti! (Papa João Paulo II)
Pe. Gilson Sobreiro, PJC
Fundador da Fraternidade O Caminho
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