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sábado, maio 15, 2010

Prefiguração e Realização: Santa Missa



O Antigo Testamento não só prefigura o Sublime Sacrifício da Cruz de Cristo, mas também prefigura o Santo Sacrifício da Missa: “Sim, do levantar ao pôr do sol, meu nome será grande entre as nações, e em todo lugar será oferecido ao meu nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura” (Ml 1,11).
Esta profecia é uma perfeita prefiguração do Santo Sacrifício da Missa. Quando o profeta diz que “em todo lugar será oferecido ao meu nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura”, não se está falando do sacrifício da cruz, pois este foi realizado uma vez e em um lugar exato, mas está falando do Sacrifício da Missa que se realiza sobre toda a face da terra. Estima-se que a cada três minutos, celebra-se uma Santa Missa na terra, por isso se diz: “do levantar ao pôr do sol”.
O Sacrifício da Missa:
A Santa Missa é a verdadeira e substancial renovação do sacrifício da cruz.
O Sacrossanto Concílio de Trento nos diz: “Tudo que se faz no calvário, faz-se agora no altar quanto á substância – porque há diferença no modo – porquanto no calvário houve verdadeiro derramamento de sangue e no altar tudo é mistério. O modo, pois de realizar-se o sacrifício é diverso, mas a substância do sacrifício é a mesma, porque é o mesmo Sacerdote e a mesma Vítima, Nosso Senhor Jesus Cristo que se oferece a si mesmo”.
A celebração da Santa Missa é a renovação perfeita e atual do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz, onde Ele se imolou por nós. Desde os documentos mais antigos da Santa Igreja, como o Sacrossanto Concílio de Trento (1570) já citado, até os mais recentes escritos como a Instrução Redemptiones Sacramentum (2004) nos falam do caráter sacrificial da Santa Missa.
Vejamos algumas citações que realçam o valor deste Santo Sacrifício:
“O Augusto Mistério é a mesma oblação, o mesmo sacrifício que ofereceu Jesus Cristo no calvário, quando morreu na Cruz e por isso, assistir a missa é o mesmo que assistir à morte do Salvador” (Conc. De Trento).
“O Sacrifício da Cruz, porém, é perpetuado na Igreja de Deus incessantemente no Sacrifício Eucarístico” (Vat II, Cost. Sacrosanctum Concilium, n 47).
Percorramos ainda pela carta encíclica “Ecclesia de Eucharistia” do Sumo Pontífice João Paulo II – cap I:
“A Igreja vive continuamente do sacrifício redentor e tem acesso a ele não só através duma lembrança cheia de fé, mas também com um contato atual, porque este sacrifício volta a estar presente, perpetuando-se, sacramentalmente, em cada comunidade que o oferece pela mão do ministro consagrado. Deste modo, a Eucaristia aplica aos homens de hoje a reconciliação obtida de uma vez para sempre por Cristo para a humanidade de todos os tempos. Com efeito, o Sacrifício de Cristo e o Sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício”.
A Santa Missa, o Sacrifício de Cristo, é um mistério muito grande e de igual grandeza em amor e misericórdia da parte de Jesus que nos concedeu tamanho dom.
Quando participamos da Santa Missa, devemos nos atentar para essa realidade, a fim de contemplarmos as maravilhas do amor de Deus por nós.
Se dissermos que o Sacerdote que celebra a missa é o mesmo do Sacrifício da Cruz, então é necessário que façamos uma ligação imediata entre o sacerdote temporal e o Sumo-Sacerdote, Jesus Cristo.
O sacerdote temporal é aquele que participa do Sacerdócio de Cristo, não de uma forma passiva, mas de tal forma que age por esse Sacerdócio. O sacerdote temporal é aquele que age “in persona Christi”, na Pessoa de Cristo, em Nome de Cristo.
O Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo é infuso na alma do sacerdote de tal forma, que este recebe a autoridade de fazer o que Jesus fez, ou seja, é o próprio Jesus que, estando na alma do sacerdote age em favor dos homens. O sacerdote apenas “empresta” para Jesus os olhos, as mãos e a voz.
Ao instituir o Sacrifício de Seu Corpo e Seu Sangue, na Quinta-feira Santa, Jesus instituiu os autênticos ministros para celebrá-lo. Naquela bendita noite, os Apóstolos receberam de Jesus o sacerdócio quando Ele disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19).

Ir. Hariel do Sacrifício Eucarístico,PJC

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