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segunda-feira, dezembro 05, 2011

Do Tratado “A subida do Monte Carmelo”, de São João da Cruz, presbítero

Deus nos falou pelo Cristo
 
O motivo principal por que na antiga Lei eram lícitas as perguntas feitas a Deus, e convinha aos profetas e sacerdotes desejarem visões e revelações divinas, era não estar ainda bem fundada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. Era assim necessário que se interrogasse a Deus e ele respondesse, ora por palavras, ora por visões e revelações, ora por meio de figuras e símbolos ou finalmente por muitas outras maneiras de expressão. Porque tudo o que respondia, falava e revelava, eram mistérios da nossa fé ou verdades que a ela se referiam ou a ela conduziam.

Agora, já estando firmada a fé em Cristo e promulgada a Lei evangélica nesta era de graça, não há mais razão para perguntar a Deus, daquele modo, nem para que ele responda como antigamente. Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua única Palavra (e não há outra), disse-nos tudo de uma vez nessa Palavra e nada mais tem a dizer.

É este o sentido do texto em que São Paulo busca persuadir os hebreus a se afastarem daqueles primitivos modos de tratar com Deus, previstos na lei de Moisés, e a fixarem os olhos unicamente em Cristo, dizendo: Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio de seu Filho (Hb 1,1-2). Por estas palavras o Apóstolo dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o seu Filho.

Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão ou revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o! (Mt 17,5). Já te disse todas as coisas em minha Palavra. Põe os olhos unicamente nele, pois nele tudo disse e revelei, e encontrarás ainda mais do que pedes e desejas.

Desde o dia em que, no Tabor, desci com meu Espírito sobre ele, dizendo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!, aboli todas as antigas maneiras de ensinamento e resposta. Se falava antes, era para prometer o Cristo; se me interrogavam, eram perguntas relacionadas com o pedido e a esperança da vinda do Cristo, no qual haviam de encontrar todo o bem – como agora o demonstra toda a doutrina dos evangelhos e dos apóstolos.

Dos Comentários sobre o Profeta Isaías, de Eusébio de Cesaréia, bispo

Uma voz clama no deserto


Uma voz clama no deserto:Preparai o caminho do Senhor, aplainai a estrada de nosso DeusÓ (Is 40,3). O profeta afirma claramente que não será em Jerusalém, mas no deserto que se realizará esta profecia, isto é, a manifestação da glória do Senhor e o anúncio da salvação de Deus para toda a humanidade.


Na verdade, tudo isto se realizou literalmente na história, quando João Batista anunciou no deserto do Jordão a vinda salvífica de Deus e ali se revelou a salvação de Deus. De fato, Cristo manifestou-se a todos em sua glória quando, depois de seu batismo, os céus se abriram e o Espírito Santo, descendo em forma de pomba, pousou sobre ele; e a voz do Pai se fez ouvir, dando testemunho do Filho: Este é o meu Filho amado, escutai-o (Mt 17,5).


Estas coisas foram ditas porque Deus deveria vir ao deserto, desde sempre fechado e inacessível. Com efeito, todas as nações pagãs estavam privadas do conhecimento de Deus, e os homens justos e os profetas de Deus nunca haviam penetrado nelas.


Por este motivo, a voz ordena que se prepare um caminho para a Palavra de Deus e se aplainem os terrenos escarpados e ásperos, a fim de que o nosso Deus possa entrar quando vier. Preparai o caminho do Senhor (Mc 1,3): é esta a pregação evangélica que traz um novo consolo e deseja ardentemente que o anúncio da salvação de Deus chegue a todos os homens.


Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa-nova a Sião. Levanta com força a voz, tu, que trazes a boa-nova a Jerusalém (Is 40,9). Depois que se mencionou a voz que clama no deserto, convêm perfeitamente estas palavras, que se referem aos evangelistas e anunciam a vinda de Deus entre os homens. De fato, a alusão aos evangelistas devia logicamente seguir a profecia sobre João Batista.

Que Sião é esta, senão a que antes se chamava Jerusalém? Era realmente um monte, como declara esta palavra da Escritura: O monte Sião que escolhestes para morada (Sl 73,2). E o Apóstolo: Vós vos aproximastes do monte de Sião (Hb 12,22). Não será uma alusão ao grupo dos apóstolos, escolhido entre o antigo povo da circuncisão?


Tal é, pois, Sião ou Jerusalém, que recebeu a salvação de Deus, e que foi edificada sobre o monte de Deus, isto é, sobre o Verbo, seu Filho único. A ela, que subiu ao alto monte, é que Deus ordena anunciar a palavra da salvação. Mas quem anuncia a boa-nova, senão o coro dos evangelistas? E o que significa anunciar a boa-nova? É proclamar a todos os homens, e em primeiro lugar às cidades de Judá, a vinda de Cristo à terra.

terça-feira, novembro 29, 2011

Homilia do Santo Padre na abertura do Advento, novo ano liturgico.


“Hoje iniciamos com toda a Igreja o novo Ano Litúrgico: um novo caminho de fé, para vivermos juntos nas comunidades cristãs, mas também, como sempre, deve ser percorrido dentro da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, à salvação que vem de seu amor”. O ano litúrgico começa com o Tempo do Advento: Um tempo maravilhoso que desperta nos corações a espera do retorno de Cristo e a memória de sua primeira vinda, quando despiu-se de sua glória divina para assumir a nossa carne mortal.

“Vigiai!” Este é o apelo de Jesus no evangelho de hoje. Se dirige não apenas aos seus discípulos, mas a todos: “Vigiai!”(Mt 13,37). É um chamado salutar que nos recorda que a vida não tem somente uma dimensão terrena, mas é projetada em direção a um “além”, como uma plantinha que brota da terra e se abre em direção ao céu. Uma plantinha que pensa, o homem, dotado de liberdade e responsabilidade, por isso cada um de nós seremos chamados a prestar contas de como vivemos e de como foram utilizadas nossas capacidades: se as retemos ou as fizemos frutificar para o bem dos irmãos.

Também Isaías, o profeta do Advento nos ajuda a refletir hoje com uma oração sincera dirigida a Deus em nome do povo. Ele reconhece as falhas do seu povo, e em um determinado momento diz: “não há ninguém que invoque o teu nome, que se erga, firmando-se em ti; porque escondeste de nós a tua face, e nos abandonaste ao capricho das nossas transgressões” (Is 64,6). Como não ser atingido por esta dissertação? Parece refletir alguns panoramas pós-modernos: a cidade onde a vida torna-se anônima e horizontal, onde Deus parece ausente e o homem o único senhor, como se o homem fosse o único criador e diretor de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, a ciência, a técnica, tudo parece depender somente do homem. Às vezes, neste mundo que parece quase perfeito, acontecem coisas chocantes, na natureza ou na sociedade, que nos leva a pensar que Deus tenha se retirado, que tenha, por assim dizer, nos abandonado.

Na verdade, o verdadeiro “dono” do mundo não é o homem, mas Deus. O Evangelho fala: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos encontre dormindo” (Mc 13,35-36). O tempo do Advento vem todos os anos para nos recordar isto, para que a nossa vida reencontre um senso justo, em direção a face de Cristo. A face não de um “patrão”, mas de um Pai e de um Amigo. Com a Virgem Maria, que nos conduz no caminho do Advento, façamos nossas as palavras do profeta.     “Tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos" (Is 64,7).

(Após o Ângelus)

Amanhã começam em Durban, na África do Sul, os trabalhos da Conferência da ONU sobre as mudanças climáticas e o Protocolo de Kyoto. Espero que todos os membros da comunidade internacional, concordem com uma resposta responsável, confiável e solidária a este complexo e preocupante fenômeno, levando em consideração as exigências das populações mais pobres e das futuras gerações.

(Saudação em português)

Saúdo com particular afeto os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta oração do Angelus, nomeadamente os fiéis vindos de Lisboa e de Setúbal. O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso. Neste sentido, tomai por modelo e intercessora a Virgem Maria. E que Deus vos abençoe!
(Tradução:Maria Emília Marega)

segunda-feira, novembro 28, 2011

Das Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo

O tempo do Advento

Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que, conforme diz o Espírito Santo, é o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2), da paz e da reconciliação. É o tempo que outrora os patriarcas e profetas tão ardentemente desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse mistério. Em seu imenso amor por nós, pecadores, o Pai enviou seu Filho único a fim de libertar-nos da tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da sua graça e, enfim, adotar-nos como seus filhos e herdeiros da vida eterna.
Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.
A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência.
Por isso, a Igreja, como mãe amantíssima e cheia de zelo pela nossa salvação, nos ensina durante este tempo, com diversas celebrações, com hinos, cânticos e outras palavras do Espírito Santo, como receber convenientemente e de coração agradecido este imenso benefício e a enriquecer-nos com seus frutos, de modo que nos preparemos para a chegada de Cristo nosso Senhor com tanta solicitude como se ele estivesse para vir novamente ao mundo. É com esta diligência e esperança que os patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram, tanto em palavras como em exemplos, a preparar a sua vinda.

A Oração


“Se alguém necessita de sabedoria, peça a Deus, que a concede fartamente a todos” 
(Tiago 1,5)


A oração sempre esteve e sempre estará presente na vida da Igreja, e principalmente na vida do homem. Ela é o meio pelo qual o homem consegui sustertar-se nesse exilio, pois sem o socorro da graça nada podemos fazer. Ora, a oração não é também o único caminho de salvação? Não me refiro aqui, tão somente, a longos momentos de adoração, meditação, mas também, e de modo singular, ás boas obras. São Tiago irá nos exortar que a fé sem obra é morta, do mesmo jeito que o corpo sem a alma para nada serve, então a oração é a vida da alma, seja ela nos clustros dos grandes mosteiros ou nas calçadas com os mais pobres.
Para a alma amante, a oração é a escuta da voz do Amado: "Faz-me ouvir a tua voz" (Canticos 8,13); pela qual o seu Amado lhe forma ela se deleita nele. Em nossos corações já existe a centelha da oração, é preciso não deixa-lá apagar, pois sem calor morreremos.

A oração é a vida da alma, logo Deus é a Vida da vida, como Santa Paula Fransinette vai dizer: "Eis a vida da minha vida!". Nosso Senhor mesmo nos exorta: "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15,5). Vivamos dele e voltemos ao Senhor, Vida de nossas vidas.

Não pode o homem ter duas almas, ou seja, viver do mundo, e viver de Deus: "Aquele que se torna amigo de Deus, se torna amigo do mundo." E como nos exorta São Tiago a voltar nossos corações a Deus e purificar-nos:

"Achegai-vos ao Senhor e ele a vós se achegará" 
(Tiago 4,8)

domingo, novembro 13, 2011

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

As duas vindas de Cristo

Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.
Aliás, tudo o que concerne a nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, ele nasceu de Deus, antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma, discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro.
Na primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de anjos.
Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de sua segunda vinda, quando formos com os anjos ao seu encontro para adorá-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado, guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que o levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Eis o que fizestes e calei-me (Sl 49,21).
Naquele tempo ele veio para realizar um desígnio de amor, ensinando aos homens com persuasão e doçura; mas, no fim dos tempos, queiram ou não, todos se verão obrigados a submeter-se à sua realeza.
O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar (Ml 3,1). Eis uma vinda.
E prossegue, a respeito da outra: E o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para fazer derreter e purificar (Ml 3,1-3).
Paulo também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tt 2,11-13). Vês como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e da segunda que esperamos?
Por isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido, convidando-nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo virá portanto dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consumação do mundo, e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.

domingo, outubro 30, 2011

O homem: esse louco que não reza!

A oração. O homem não é plenamente consciente da potência desse instrumento que está no alcance de suas mãos; e dizemos com segurança que não o conhece, pois do contrário usaria com mais frequência.

"Através da oração, falamos com Deus e Deus fala conosco, aspiramos a ele e respiramos nele, e ele nos inspira e respira em nós", disse São Francisco de Sales, em seu Tratado de Amor a Deus. A oração é, portanto, um viver em Deus. Daí que se entende quando se fala que a oração, feita nas devidas condições, move o coração de Deus. E quem tem a capacidade de mover a Deus pode se unir à capacidade onipotente Dele.

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Portanto, dizemos que o problema dos cristãos não é que não têm conhecimento - implícito ou explícito - do altíssimo poder da oração. Mas muitas vezes a agitação do cotidiano, o que chamaríamos de "naturalismo vivencial" causado pela impregnação dos critérios do mundo, - nos afasta da utilização necessária para se falar com Deus, nos faz esquecer a sua importância vital.

As preocupações do cotidiano, do trabalho, da atenção com a família, as exigências da vida social, parecem servir-nos de desculpas para tirar do nosso tempo esses minutos necessários para nos reunirmos com o Criador.

Mas cremos que o problema de fundo é que o naturalismo do mundo vai penetrando de forma imperceptível em nossas almas e nos vai fazendo esquecer que necessitamos recorrer constantemente a Deus, e confiar menos em nossas forças meramente humanas.

Aberta ou veladamente, o mundo nos "grita" que as coisas ocorrem simplesmente por causa daquelas forças naturais que podemos perceber com nossos sentidos. E isso é mentira. Muito acima do que um simples homem é capaz de fazer, está a ação de Deus e seus santos, por meio de sua graça e a atividade dos anjos bons e maus. 

Estes são os elementos que primordialmente dirigem a história, também a nossa história pessoal, e a todos eles se aceita ou se rejeita por meio da oração.

De quantas calamidades não nos teremos vistos livres porque nosso anjo da guarda nos protegeu, ou porque a rogos da Virgem Maria, Cristo interveio em um momento decisivo? Quantos são os benefícios que recebemos, não porque os tenhamos obtido com nosso esforço ou merecido de alguma maneira, mas que nos foi dado gratuitamente pelas mãos divinas, porque alguém rezou por nós? Muitos, certamente. Saberemos no dia de nosso juízo.

Entretanto,se é certo que Deus pode nos auxiliar sem que o peçamos, Ele normalmente exige esta imprecação que, além do mais, nos une a Ele. E existe algo que definitivamente não se consegue se não for com o recurso da oração: a prática da virtude, requisito necessário para alcançar a vida eterna.

Não podemos viver como devemos viver sem a graça obtida pela oração. Não podemos, é necessário repetir. "Nossas meras forças naturais são insuficientes". Isso é algo que tem que ser gravado com letras de bronze fundido no espírito. Ainda que nosso orgulho e autossuficiência busquem cobrir esta verdade, ela sempre será confirmada pelo fracasso de uma vida que não recorreu à oração.

Então, para contradizer essa voz tênue ou forte --externa e interna-- que repete sem cessar que não necessitamos da oração, devemos encontrar e lembrar constantemente as razões para orar, para rezar, seja participando da oração litúrgica ou realizando a oração privada.
E para isso reproduziremos dois textos escolhidos de santos, do elenco que apresenta o ilustre dominicano Frei Antônio Royo Marin em sua importante obra "Teologia da Perfeição Cristã":

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- São Boaventura: Se queres sofrer com paciência as adversidades e misérias desta vida, seja homem de oração. Se queres alcançar virtude e fortaleza para vencer as tentações do inimigo, seja homem de oração. (...) Se queres viver alegremente e caminhar com suaivdade pelo caminho da penitencia e do trabalho, seja homem de oração. (...) Se queres fortalecer e confirmar teu coração no caminho de Deus, seja homem de oração. Finalmente, se queres desarraigar de alma todos os vícios e plantar em seu lugar as virtudes, seja homem de oração: porque nela se recebe a união e a graça do Espírito Santo, a qual ensina todas as coisas. E além disso, se queres subir até a altura da contemplação e gozar dos doces abraços do esposo , exercite na oração, porque este é o caminho por onde a alma sobe até a contemplação até o gosto das coisas celestiais.

- São Pedro de Alcântara: Na oração a alma se limpa dos pecados, apascenta-se a caridade, certifica-se a fé, fortalece-se a esperança, alegra-se o espírito, derrete-se as entranhas pacifica-se o coração, descobre-se a verdade, vence-se a tentação, foge a tristeza, renovam-se os sentidos, repara-se a virtude enfraquecida, despede-se a tibieza, consome-se a origem dos vícios, e nela saltam centelhas vivas de desejos do céu, entre as quais arde a chama do divino amor. Grandes são as excelências da oração, grandes são seus grandes privilégios. Para ela estão abertos os céus, para ela se descobrem os segredos, e a para ela estão sempre atentos os ouvidos de Deus.



Por Saúl Castiblanco

quinta-feira, outubro 27, 2011

São Bento: O copo de vidro quebrado com o sinal da cruz

 “Vencida a tentação, o homem de Deus, como terra bem
cultivada e expurgada de espinhos, produziu com maior abundância o fruto da seara das virtudes. E, com a divulgação da fama de sua exímia vida monacal, ia-lhe o nome ficando célebre. 

Ora, havia a não grande distância um mosteiro cujo abade falecera. Toda a comunidade foi ter então com o venerável Bento, e instantemente pediu-lhe quisesse ficar à sua frente. O santo recusou por muito tempo, predizendo que não poderia harmonizar os seus costumes com os daqueles irmãos. Mas, afinal, vencido pelos rogos, cedeu. 

Já porém, que vigiava naquele mosteiro pela observância da vida regular e a ninguém permitia que por ações ilícitas se desviasse, como antes, do caminho monástico, os irmãos que ele aceitara, encheram-se de fúria e puseram-se primeiro a acusar a si mesmos por terem pedido a Bento que os regesse; sua vida tortuosa ia em oposição à reta norma do abade. Como viam que, sob tal abade, o ilícito já não lhes era permitido, e como lhes doía abandonar os antigos hábitos, achando eles dura a obrigação de meditar coisas novas na sua mente velha, alguns deles - já que aos maus é sempre pesada a vida dos bons - tramaram a 
morte do abade, e, tomado o alvitre em conselho,  deitaram-lhe veneno ao vinho. Quando apresentaram ao Pai, sentado à mesa, o copo da bebida pestífera para ser abençoado segundo o costume da casa, Bento estendeu a mão e fez o sinal da cruz. A este gesto, o vaso, que estava distante, estalou e fez-se em pedaços, como se naquela taça de morte tivesse dado, em vez da cruz, uma pedrada. 
Compreendeu logo o homem de Deus que o copo contivera uma bebida mortal, pois não pudera suportar o sinal da vida. Levantou-se no mesmo instante, e, com o rosto plácido, a mente tranqüila, convocou os irmãos, aos quais assim falou: “Deus tenha compaixão de vós, irmãos. Porque me quisestes fazer isto? Não vos disse eu previamente que não se harmonizariam os vossos e os meus costumes? Ide, e procurai para vós um Pai consoante à vossa vida; depois disto já não me podereis reter”.

domingo, outubro 23, 2011

Instituto Hesed

Venha Viver a Grande Alegria de ser somente de Deus!

Ser somente de Deus é uma grande alegria! E como vivemos essa alegria? Na alegria da certeza de ser amado por Deus com um amor pessoal, um amor único, um amor da bondade, de fidelidade, de aliança, um amor esponsal, ou seja, um amor hesed (misericordia em hebraico), que perdoa as culpas e até mesmo as infidelidades e traições.

Ser somente de Deus é uma grande alegria! Especialmente se a vivemos com a Virgem Maria, causa de nossa alegria! Somos um instiuto religioso de espiritualidade carmelita e Nossa Mãe Santissima do Carmo é nossa Rainha, Modelo e Mestra da vida interios, alma enamorada de Deus que nos conduz á intimidade com deus, á vida de oração e com estas armas combatemos pela salvação das almas, pelas graças e bençãos que cada pessoa mais necessita, pela defesa dos direitos de Deus e por sua Igreja. 

Jesus é nossa alegria, nosso bem, nosso amor, nosso Deus e Rei e queremos como Santa Terezinha realizar por Ele todas as obras: "uma únicamissão não seria bastantes, quisera percorrer a terra, pregar teu Nome, levar tua cruz".

O Instituto Hesed foi fundado por Ir. Kelly patricia e Ir. Jane Madeleine, é um instituto de vida religiosa de adoração perpétua e culto aos Sangue de Cristo que tem o carisma de experimentar, viver e cantar a Misericórdia de Deus, nma vida de oração, adoração, contemplação, expiação, celebração, ação de graça e missão. em espirito de expiação pelos sacerdotes, jovens e judeus, e em defesa da alma da criança, visamos com nossa imolação acelerar o derramamento da Misericórdia Divina, sufragar as almas do purgatório e despertar nos corações e no mundo a busca de uma vida de paz e conversão como pede Nossa Senhora em Mediugórie.

Nas obras de misericórdia corporais auxiliamos a comunidade de irmãos pobres d enossa vizinhança, que passam extrema necessidade, com alimentos, roupas, remédios, orientação humana e espiritual.

Vivendo em união com os Santos Anjos, comunhão com os santos e recolhimento, para melhor buscar a Deus e escutar a voz d enosso Amado Senhor, também celebramos a vida fraterna em momentos de feliz recreação para continuarmos depois com mais fervor e zelo as obras do Senhor. executamos também trabalhamos simples humildes que se transformam numa poderosa intercessão em favor da Santa Igreja, que agrada a Deus, como lhe agradou todo o trabalho feito por Maria e José na casa de Nazaré, onde encontramos o Menino Jesus, por quem temos especial amor, pois queremos alcançar a virtude da inocência, da pureza da alma, da simplicidade, da pobreza e humildade dos que seguem a Vida da Infância Espiritual de Santa Terezinha.


Temos dois ramos? Instituto masculino e o Instituto feminino, porém formando a mesma e única familis religiosa do Instituto Hesed dos Irmãos e Irmãs da Santa Cruz e da Bem Aventurada Maria do Monte Carmelo. Tendo em comum a mesma Regra, o mesmo Carisma e o mesmo patrimônio espiritual recebido de nossas madres fundadoras. O Instituto é formado por contamplativos(as) e missionários(as) e seminaristas. e da irradiação do carisma estãoa gregados á familia Hesed grupos leigos cristãos que vivem no mundo. Pedimos se possivél que o vocacionado(a) tenha realizado um seminário de Vida no Espirito Santo, pois como Santa Terezinha, queremos tudo, todas as graças que o bom Deus derrama em sua Igreja, toda a sua infinira misericórdia.






Entre em contato conosco: 
http://www.institutohesed.org.br/

sexta-feira, outubro 21, 2011

Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo

A oração do Senhor

Temos necessidade de palavras para incitar-nos e ponderarmos o que pediremos, e não com a intenção de dá-lo a saber ao Senhor ou a comovê-lo.

Quando, pois, dizemos: Santificado seja o teu nome, exortamo-nos a desejar que seu nome,
imutavelmente santo, seja também considerado santo pelos homens, isto é, não desprezado.
O que é de proveito para os homens, não para Deus.

E ao dizermos: Venha teu reino que, queiramos ou não, virá sem falta, acendemos o desejo
deste reino; que venha para nós e nele mereçamos reinar.

Ao dizermos: Faça-se a tua vontade assim na terra como no céu, pedimos-lhe conceder-nos esta obediência de sorte que se faça em nós sua vontade do mesmo modo como é feita
no céu por seus anjos.

Dizemos: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Pela palavra hoje se entende este nosso
tempo. Ou, com a menção da parte principal,indicando o todo pela palavra pão, pedimos
aquilo que nos basta. O sacramento dos fiéis, necessário agora, não, porém, para a
felicidade deste tempo, mas para alcançarmos a felicidade eterna.

Dizendo: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a nossos devedores,
tomamos consciência do que pedimos e do que temos de fazer para merecer obtê-lo.
Ao dizer: Não nos leves à tentação, advertimo-nos a pedir que não aconteça que, privados
de seu auxílio em alguma tentação, iludidos, consintamos nela, ou cedamos perturbados.

Dizer: Livra-nos do mal nos leva a pensar que ainda não estamos naquele Bem em que não
padeceremos de mal algum. E este último pedido da oração dominical é tão amplo, que o
cristão em qualquer tribulação em que se veja, por ele pode gemer, nele derramar lágrimas, daí começar, nele demorar-se, nele terminar a oração. É preciso guardar em nossa memória, por meio destas palavras, as realidades mesmas.

Pois quaisquer outras palavras que dissermos – tanto as formadas pelo afeto que as precede e esclarece, quanto as que o seguem e crescem pela atenção dele – não dirão nada que não se encontre nesta oração dominical, se orarmos como convém. Quem disser algo que não possa ser contido nesta prece evangélica, sua oração, embora não ilícita, é carnal; contudo não sei como não ser ilícita, uma vez que somente de modo espiritual devem orar os renascidos do Espírito.

Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo

O Espírito intercede por nós

Quem pede ao Senhor aquele único bem e o procura com empenho, pede cheio de
segurança e não teme ser-lhe prejudicial o recebê-lo; sem ele, nada do que puder receber
como convém lhe adiantará. Pois é a única verdadeira vida e a única feliz. Contemplar
eternamente a maravilha do Senhor, imortais e incorruptos de corpo e de espírito. Em vista desta única vida tudo o mais se há de pedir sem impropriedade. Quem a possuir terá tudo quanto desejar. Nem desejará o que não convém e que ali nem mesmo pode existir.

Ali, com efeito, está a fonte da vida, de que temos sede agora na oração, enquanto vivemos
na esperança e ainda não vemos o que esperamos; à sombra de suas asas, diante de quem
está todo nosso desejo, para embriagarmo-nos da riqueza de sua casa e bebermos da
torrente de suas delícias. Porque junto dele está a fonte da vida e à sua luz veremos a luz
(cf. Sl 35,8-10), quando se saciar de bens nosso anseio e nada mais haverá a procurar com
gemidos, mas só aquilo que no gozo abraçaremos.

Todavia ela é também a paz que supera todo entendimento. Por isso, ao orarmos para obtê-la, não sabemos fazê-lo como convém. Porque não podemos nem mesmo imaginar como é,então não sabemos.

Mas tudo o que nos ocorre ao pensar, afastamos, rejeitamos, desaprovamos. Não é isto o
que procuramos, embora não saibamos ainda qual seja. Há em nós, por assim dizer, uma douta ignorância, mas douta pelo Espírito de Deus quevem em auxílio de nossa fraqueza. Tendo o Apóstolo dito: Se, porém, esperamos o que nãovemos, aguardamos com paciência, acrescenta: Do mesmo modo o Espírito vem em auxíliode nossa fraqueza; pois não sabemos orar como convém; mas o próprio Espírito intercede com gemidos inexprimíveis. Aquele que perscruta os corações conhece o desejo do Espírito, porque sua intercessão pelos santos corresponde ao desígnio de Deus (Rm 8,25-27).

Não se há de entender isto como se o Santo Espírito de Deus, que é Deus na Trindade
imutável e como Pai e o Filho um só Deus, interceda em favor dos santos, como alguém
que não seja o mesmo Deus. Na verdade se diz: Interpela em favor dos santos porque faz os santos intercederem. Como se diz: O Senhor, vosso Deus, vos tenta para saber se o amais  (Dt 13,4), quer dizer: para vos fazer saber. Por conseguinte faz que os santos intercedam com gemidos inexprimíveis, inspirando-lhes o desejo da maravilha ainda desconhecida que aguardamos pela paciência. Por que e como exprimir o desejo daquilo que se ignora? Na realidade, se se ignorasse totalmente, não se desejaria. Por outro lado, se já se vise, não se desejaria nem se procuraria com gemidos.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Do livro “Proslógio”, de Santo Anselmo, Bispo

Encontraste, ó minh’alma, o que procuravas? Procuravas a Deus e viste que ele está muito acima de tudo, e nada melhor do que Ele se pode pensar; que ele é a própria vida, a luz, a sabedoria, a bondade, a eterna felicidade e a feliz eternidade; e que Ele é tudo isto sempre e em toda parte.
Senhor meu Deus, meu criador e redentor, dize á minh’alma sedenta em que és diferente daquilo que ela viu, para que veja mais claramente o que deseja. Ela se esforça, por ver sempre mais claramente o que deseja. Ela se esforça por ver sempre mais; contudo nada vê além do que já viu, se não trevas. Ou melhor, não vê trevas, porque elas não existem em ti; porém vê que não pode enxergar mais por causa das trevas que possui.
 Verdadeiramente, Senhor, esta é a luz inacessível em que habitas; verdadeiramente não há que penetre nesta luz para ali te ver, tal como és. De fato, eu não vejo essa luz, por que é excessiva para mim; e, no entanto, tudo quanto vejo é através dela: semelhante para o sol.
Minha inteligência é incapaz de ver essa luz, demasiado brilhante para ser compreendida; os olhos de minh’alma não suportam fixar-se nela por muito tempo. Ficam ofuscados pelo seu esplendor, vencidos pela sua imensidade, confundidos pela sua grandeza.
Ò luz suprema e inacessível! Ó verdade plena e bem aventurada! Como estás longe de mim que de ti estou tão perto! Quão afastada estás de meu olhar, de mim que estou tão presente ao teu olhar!
Estás presente em toda parte, e eu não te vejo. [Em ti me movo, em ti existo, e de ti não posso me aproximar, Estás dentro de mim e a meu redor, e eu não te percebo.
Peço-te, meu Deus, faze que eu te conheça e te ame, para encontrar em ti minha alegria. E se não o posso alcançar plenamente nesta vida, que ao menos vá me aproximando, dia após dia, dessa plenitude. Cresça agora em mim o conhecimento de ti, para que chegue um dia ao conhecimento perfeito; cresça agora em mim o amor por ti até que chegue um dia á plenitude do amor; seja agora a minha alegria grande em esperança, para que um dia seja plena mediante a posse da realidade.
Senhor, por meio de teu filho ordenas, ou melhor, aconselhas a pedir, e prometes acolher o pedido para que nossa alegria seja completa. Por isso peço-te, Senhor, o que aconselhas por meio do nosso admirável conselheiro; possa eu receber o que em tua fidelidade prometeste  a fim de que o receba, para que minha alegria seja completa.
Por enquanto nisto medite meu espírito e fale minha língua. Isto ame meu coração e proclame minha boca.
Desta felicidade prometida tenha fome e sede da minha carne. Todo o meu ser a deseje, até que um dia entre na alegria do meu Senhor, que é Deus uno e trino, bendito pelos séculos. Amém

terça-feira, outubro 18, 2011

Ano da Fé em 2012


 
O papa Bento XVI anunciou, este domingo, que decretou "um ano da fé" a partir de 11 de outubro de 2012, que marcará o quinquagésimo aniversário do Concílio Vaticano II (1962/65).
O anúncio foi feito perante cerca de oito mil responsáveis e laicos na homilia da missa celebrada na basílica de São Pedro no âmbito do primeiro encontro promovido pela "Nova Evangelização".
"Precisamente para dar um impulso renovado à missão de toda a Igreja de conduzir o homem do deserto, onde frequentemente se encontra, para o lugar da vida, para a amizade com Cristo, que nos dá esta vida em plenitude, gostaria de anunciar que decidi decretar um ano da fé", declarou o papa.
Este ano "começará a 11 de Outubro de 2012, no quinquagésimo aniversário do Concilio Vaticano II, e terminará a 24 de Novembro de 2013, durante a solenidade do Cristo rei do universo", declarou o papa.
"Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão sempre mais integral a Deus, para reforçar a nossa fé e anunciar com alegria aos homens dos nossos tempos", adiantou o papa.
Bento XVI anunciou que esta iniciativa será especificada numa carta apostólica. 



Na pagina sobre o Ano da Fé você poderá encontra a exortação apostólica que proclamou o mesmo.