A clarissa Madre Virgínia e Santa Teresinha
A força da oração, uma chuva de rosas
Decorria o ano de 1897, ano da morte de Teresinha do Menino Jesus. A Irmã Virgínia da Paixão, a humilde religiosa clarissa do Mosteiro de Nossa Senhora das Mercês no Funchal, em Portugal, encontrava-se gravemente doente, devido a uma queda nas escadas. Esta enfermidade fazia-a sofrer imenso, não só pelas dores físicas, mas pela relutância que experimentava em deixar-se examinar pelo médico. Com a força das dores não conseguia conciliar o sono. Na noite de 30 de Setembro, sentindo aumentar os sofrimentos, pediu ao Senhor que a curasse por intercessão da primeira alma que entrasse naquele momento no Paraíso. A resposta do céu não se fez esperar. Narra-nos a Madre Virgínia nos seus escritos: “Senti uma mão invisível que me tocava e vi junto do meu leito uma religiosa vestida de hábito pardo, manto branco e véu preto na cabeça. Conheci que não era a nossa enfermeira. Era manhã, mas ainda fazia escuro, e reconheci à luz bruxuleante da lâmpada, que era uma religiosa nova e muito formosa. Referiu que Jesus, respondendo à minha súplica, a tinha enviado para lhe dizer ser Sua vontade me submetesse ao exame clínico prescrito e me deixasse tratar. Ela seria a minha fiel enfermeira. Perguntei-lhe quem era. Por fim, sorriu e disse: eu sou uma religiosa carmelita, chamada Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, que acabo a vida mortal e entro já no Paraíso. Recomendou-me segredo até ao tempo que aprouvesse ao di¬vino Senhor revelar (o milagre) e desapareceu” (Apontamento Biográfico do Padre João Prudêncio da Costa).
A Madre Virgínia relata que o médico fez a intervenção cirúrgica conveniente e que Santa Teresinha do Menino Jesus foi a sua fiel e dedicada enfermeira, tirando-lhe todas as dores. “Fiquei perfeitamente boa. Fui curada milagrosamente. Isto deu-se no dia 30 de Setembro para 1 de Outubro de 1897. No dia 4, festa do meu Pai S. Francisco, já pude tomar parte nas funções da comunidade”. Clinicamente era inexplicável como em tão pouco tempo se realizou a prodigiosa cura. Mistérios de Deus: nesse mesmo dia, em Lisieux, realizava-se o funeral de Santa Teresinha do Me¬nino Jesus e da Santa Face.
Amizade sacramental
Madre Virgínia Brites da Paixão e Santa Teresinha do Menino Jesus nunca se conheceram pessoalmente nesta vida. As duas contemplativas pertenciam a famílias religiosas distintas: uma foi clarissa e a outra carmelita. Privilegiavam uma herança comum na diversidade e riqueza carismática: a vida contemplativa que é património espiritual da humanidade. A clausura das religiosas contemplativas não impede o abraço universal do amor fraterno e cósmico até à doação da própria vida; antes o potencia admiravelmente. A partir daquele feliz 30 de Setembro, Teresa de Lisieux e Madre Virgínia ficam juntas para fazer descer sobre o mundo uma chuva de rosas. Nos escritos da clarissa madeirense encontrámos vários testemunhos que confirmam esta comunhão fraterna. Durante a primeira Guerra Mundial, com Santa Teresinha já na eternidade, a Madre Virgínia é interpelada na mesma Fonte do Amor, a rezar e a acompanhar os soldados que se encontravam sob os horrores da guerra. Foi assim que, em oração, a Madre Virgínia viu a Ir. Teresinha do Menino Jesus ajudar e consolar, com “extremo carinho”, os soldados prestes a morrer no meio de grandes sofrimentos.
A Madre Virgínia fez longas orações e grandes sacrifícios pela paz do mundo. Foi impulsionadora na devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus e da sua poderosa intercessão junto de Deus. Colaborou mesmo no envio de relíquias da santa Carmelita aos soldados portugueses, que partiam de Lisboa para combater na primeira grande guerra mundial.
A religiosa clarissa, ainda na terra, oferecendo os seus sofrimentos, orações e sacrifícios por todos os irmãos vivos e defuntos, partilha, com Cristo e com a sua terna Irmã do Carmelo, o admirável mistério da Redenção. O livro, Uma vida de Amor, da Irmã Otília Rodrigues Fontoura, narra-nos que Santa Teresinha curou milagrosamente a Madre Trindade, religiosa da Apresentação de Maria, através das orações da Madre Virgínia à sua querida benfeitora.
A Eucaristia – fonte de comunhão
A Eucaristia é o maior milagre do Amor que realiza de uma forma singular a admirável comunhão entre o céu e a terra. A caridade do Sangue de Cristo é fonte inesgotável de Vida em comunhão, que, nos santos, é intensamente teste-munhada e revelada. Santa Teresinha do Menino Jesus e Madre Virgínia da Paixão, configuradas com Cristo, não se distanciaram de nós pela irmã morte nem na contemplação da visão trinitária. Pelo contrário, vivem a verdadeira Vida e continuam connosco, louvando, intercedendo e derramando bênçãos divinas sobre o mundo.
A graça da visita das suas relíquias à nossa diocese do Funchal evoca a missão de passar o céu a fazer bem sobre a terra. Santa Teresinha traz um sorriso no olhar, um cântico de Amor no coração e um recado urgente a todos os filhos da Igreja, em especial às crianças e aos jovens: «Sede pequeninos e vivei o Evangelho. Não tenhais medo. Entregai-vos sem reservas ao Amor de Jesus Cristo!».
Decorria o ano de 1897, ano da morte de Teresinha do Menino Jesus. A Irmã Virgínia da Paixão, a humilde religiosa clarissa do Mosteiro de Nossa Senhora das Mercês no Funchal, em Portugal, encontrava-se gravemente doente, devido a uma queda nas escadas. Esta enfermidade fazia-a sofrer imenso, não só pelas dores físicas, mas pela relutância que experimentava em deixar-se examinar pelo médico. Com a força das dores não conseguia conciliar o sono. Na noite de 30 de Setembro, sentindo aumentar os sofrimentos, pediu ao Senhor que a curasse por intercessão da primeira alma que entrasse naquele momento no Paraíso. A resposta do céu não se fez esperar. Narra-nos a Madre Virgínia nos seus escritos: “Senti uma mão invisível que me tocava e vi junto do meu leito uma religiosa vestida de hábito pardo, manto branco e véu preto na cabeça. Conheci que não era a nossa enfermeira. Era manhã, mas ainda fazia escuro, e reconheci à luz bruxuleante da lâmpada, que era uma religiosa nova e muito formosa. Referiu que Jesus, respondendo à minha súplica, a tinha enviado para lhe dizer ser Sua vontade me submetesse ao exame clínico prescrito e me deixasse tratar. Ela seria a minha fiel enfermeira. Perguntei-lhe quem era. Por fim, sorriu e disse: eu sou uma religiosa carmelita, chamada Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, que acabo a vida mortal e entro já no Paraíso. Recomendou-me segredo até ao tempo que aprouvesse ao di¬vino Senhor revelar (o milagre) e desapareceu” (Apontamento Biográfico do Padre João Prudêncio da Costa).
A Madre Virgínia relata que o médico fez a intervenção cirúrgica conveniente e que Santa Teresinha do Menino Jesus foi a sua fiel e dedicada enfermeira, tirando-lhe todas as dores. “Fiquei perfeitamente boa. Fui curada milagrosamente. Isto deu-se no dia 30 de Setembro para 1 de Outubro de 1897. No dia 4, festa do meu Pai S. Francisco, já pude tomar parte nas funções da comunidade”. Clinicamente era inexplicável como em tão pouco tempo se realizou a prodigiosa cura. Mistérios de Deus: nesse mesmo dia, em Lisieux, realizava-se o funeral de Santa Teresinha do Me¬nino Jesus e da Santa Face.
Amizade sacramental
Madre Virgínia Brites da Paixão e Santa Teresinha do Menino Jesus nunca se conheceram pessoalmente nesta vida. As duas contemplativas pertenciam a famílias religiosas distintas: uma foi clarissa e a outra carmelita. Privilegiavam uma herança comum na diversidade e riqueza carismática: a vida contemplativa que é património espiritual da humanidade. A clausura das religiosas contemplativas não impede o abraço universal do amor fraterno e cósmico até à doação da própria vida; antes o potencia admiravelmente. A partir daquele feliz 30 de Setembro, Teresa de Lisieux e Madre Virgínia ficam juntas para fazer descer sobre o mundo uma chuva de rosas. Nos escritos da clarissa madeirense encontrámos vários testemunhos que confirmam esta comunhão fraterna. Durante a primeira Guerra Mundial, com Santa Teresinha já na eternidade, a Madre Virgínia é interpelada na mesma Fonte do Amor, a rezar e a acompanhar os soldados que se encontravam sob os horrores da guerra. Foi assim que, em oração, a Madre Virgínia viu a Ir. Teresinha do Menino Jesus ajudar e consolar, com “extremo carinho”, os soldados prestes a morrer no meio de grandes sofrimentos.
A Madre Virgínia fez longas orações e grandes sacrifícios pela paz do mundo. Foi impulsionadora na devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus e da sua poderosa intercessão junto de Deus. Colaborou mesmo no envio de relíquias da santa Carmelita aos soldados portugueses, que partiam de Lisboa para combater na primeira grande guerra mundial.
A religiosa clarissa, ainda na terra, oferecendo os seus sofrimentos, orações e sacrifícios por todos os irmãos vivos e defuntos, partilha, com Cristo e com a sua terna Irmã do Carmelo, o admirável mistério da Redenção. O livro, Uma vida de Amor, da Irmã Otília Rodrigues Fontoura, narra-nos que Santa Teresinha curou milagrosamente a Madre Trindade, religiosa da Apresentação de Maria, através das orações da Madre Virgínia à sua querida benfeitora.
A Eucaristia – fonte de comunhão
A Eucaristia é o maior milagre do Amor que realiza de uma forma singular a admirável comunhão entre o céu e a terra. A caridade do Sangue de Cristo é fonte inesgotável de Vida em comunhão, que, nos santos, é intensamente teste-munhada e revelada. Santa Teresinha do Menino Jesus e Madre Virgínia da Paixão, configuradas com Cristo, não se distanciaram de nós pela irmã morte nem na contemplação da visão trinitária. Pelo contrário, vivem a verdadeira Vida e continuam connosco, louvando, intercedendo e derramando bênçãos divinas sobre o mundo.
A graça da visita das suas relíquias à nossa diocese do Funchal evoca a missão de passar o céu a fazer bem sobre a terra. Santa Teresinha traz um sorriso no olhar, um cântico de Amor no coração e um recado urgente a todos os filhos da Igreja, em especial às crianças e aos jovens: «Sede pequeninos e vivei o Evangelho. Não tenhais medo. Entregai-vos sem reservas ao Amor de Jesus Cristo!».
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