sábado, abril 30, 2011

Não Vos Conformeis com este Mundo

A vida consagrada é uma antecipação das realidades celestiais. Ela é fruto da entrega generosa de almas que insatisfeitas com este mundo, e desejando ansiosamente fazer a vontade de Deus, decidiram-se por viver o céu já na terra.
Dizia nosso pai e patrono S. Paulo na sua carta aos romanos: “Eu vos exorto a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deu:este é o vosso culto”(Rm 12,1).Ser consagrado é abdicar da própria vida transformando-a numa oferta agradável a Deus.
O apóstolo continua: “ Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais discernir qual é a vontade de Deus(…).”(Rm 12,2). O mundo com suas seduções, tenta a todo instante convencer-nos de que ele é possuidor da verdade. Ele prega uma completa inversão de valores.
Aquilo que é certo é apresentado como errado e o que é errado é apresentado como certo. Na ótica mundana, as piores mentiras que a razão humana pode criar são defendidas como verdades incontestáveis. Somos constantemente bombardeados por essa mentalidade paganizada, que evidencia e aclama o poder, o ter e o prazer como “objetivos” que devem ser postos em primeiro lugar, o seu lema anti-evangélico é: “domine tudo e a todos, possua cada vez mais, curta e goze a vida aqui e agora!!” Ao passo que os valores do Evangelho são desprezados.
A grande arma, nesses tempos de luta, que nós temos para empreender este combate é aquela que S. Paulo nos orientou anteriormente, chama-se: renovação da nossa maneira de pensar e julgar, ou seja , uma renovação da mentalidade.
A experiência com Deus nos ensina que nós precisamos romper com as barreiras do preconceito, quebrar os nossos conceitos pessoais, o vinho novo deve ser posto em odres novos(cf Lc 6,38), nós devemos ser vasos novos para acolher diariamente a Boa Nova do Evangelho. É impossível agradar a Deus sem uma mudança de vida, que começa pela mudança de mentalidade. Esse é o cerne da conversão.
O Espírito Santo é o grande autor da obra de conversão . Ele é capaz de transformar a nossa velha maneira de pensar e agir. “Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito(…). É O Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece.”(Jo 14,16-17).
Contra as mentiras com as quais o mundo vem tentando nos persuadir, temos um defensor: O Espírito da Verdade.
Por isso, o cristão tem a extrema necessidade de um Pentecostes permanente. Para permanecer nos caminhos de Deus com o olhar fixo em Jesus se faz necessário experimentar sempre a efusão do Espírito Santo.
Nos diz S. Lucas nos atos dos apóstolos: “chegando o dia de pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar”(At2,1). Re-unir significa unir outra vez, ou seja, os apóstolos estavam unidos num espírito de unanimidade mais uma vez.
E essa união não era simplesmente uma habitação simultânea no mesmo espaço físico, mas sem sombra de dúvida era uma manifestação de uma verdadeira comunhão de almas. Eles traziam em seus corações diversos sentimentos em comum. Dentre eles, um era singular: o sentimento de unidade.
Apesar das tribulações e perseguições que temiam sofrer, eles sabiam que um reino dividido entre si é um reino vencido. Eis a condição para que aconteça um Pentecostes permanente em nossas vidas: UNIDADE!!!
Por isso peçamos ao Senhor que nos conceda o dom da Fortaleza e o dom da Sabedoria para que assim, nossas decisões e projetos, iluminados pela luz irradiante do Espírito Santo, concorram para o espírito de unidade, a fim de que as nossas vidas correspondam à súplica sacerdotal de Jesus ao Pai: “não rogo somente por eles mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. PARA QUE TODOS SEJAM UM”. (Jo 20-22a)

Ir. Felix Cativo de Jesus Hóstia
Religioso da Fraternidade O Caminho
Fraternitas Mãe dos Pobres

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

Nova criatura em Cristo

Minha palavra se dirige a vós, filhos recém-nascidos, pequeninos em Cristo, nova prole da
Igreja, graça do Pai, fecundidade da Mãe, germe santo, multidão renovada, flor de nossa
honra e fruto do nosso trabalho, minha alegria e coroa, todos vós que permaneceis firmes
no Senhor.

É com palavras do Apóstolo que vos falo:
Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não deis
atenção à carne para satisfazer as suas paixões
(Rm 13,14), a fim de que, também na vida,
vos revistais daquele que revestistes no sacramento.
Todos vós que fostes batizados em
Cristo vos revestistes de Cristo. O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo
nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo
(Gl 3,27-
28).

Nisto reside a força do sacramento: é o sacramento da vida nova que começa no tempo
presente pela remissão de todos os pecados passados, e atingirá sua plenitude na
ressurreição dos mortos.
Pelo batismo na sua morte, fostes sepultados com Cristo, para
que, como Cristo ressuscitou dos mortos, assim também leveis uma vida nova
(cf. Rm 6,4).

Agora caminhais pela fé, vivendo neste corpo mortal como peregrinos longe do Senhor.
Mas o vosso caminho seguro é aquele mesmo para quem vos dirigis, Jesus Cristo, que se
fez homem por amor de nós. Para os seus fiéis ele preparou um grande tesouro de
felicidade, que há de revelar e dar abundantemente a todos os que nele esperam, quando
recebermos na realidade aquilo que recebemos agora só na esperança.

Hoje é o oitavo dia do vosso nascimento. Hoje completa-se em vós o sinal da fé que, entre
os antigos patriarcas, consistia na circuncisão do corpo no oitavo dia depois do nascimento
segundo a carne. Por isso, o próprio Senhor, despojando-se por sua ressurreição da
mortalidade da carne e revestindo-se de um corpo não diferente mas imortal, ao ressuscitar
consagrou o “dia do Senhor”, que é o terceiro dia depois de sua paixão, mas na contagem
semanal dos dias, é o oitavo a partir do sábado, e coincide com o primeiro dia da semana.

Por conseguinte, também vós participais do mesmo mistério, não ainda na realidade
perfeita mas na certeza da esperança,porque recebestes a garantia do Espírito. Com
efeito,
se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo,
sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós
morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida,
aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória
(Gl
3,1-4).

Alma Crucifixa

A Cruz é para a esposa qual torre, de onde o Amado,
Como fiel sentinela, vela por sua alma.
E como guardar tão precioso tesouro,
Se não junto ao mesmo vigia, encerrado na mesma torre…
…Cravado na mesma cruz?
Oh alma, riqueza indizível do Amado,
Não temas subir à torre do Gólgota,
Não temas ser crucificada,
Não temas o aniquilamento,
Não temas ser amada!
-O perfeito amor lança fora todo temor!
As almas crucifixas não se perdem,
Mas cravadas ao Divino Lenho,
Numa coisa só, se fazem com o Amado.
Quando é o Amor que rasga a carne,
Não se sente mais a dor: Tudo é êxtase na Cruz!
Quando os lábios do Amado tocam os lábios da eleita,
E o tremor toma seus corpos,
-dois corpos num só madeiro, duas almas em um só leito-
Não existe sofrimento, mas apenas gozo eterno.
 Amada no Amante, Criador na criatura,
Casal que tem seu Céu, padecendo em meio à Cruz.

Ir. Ignácio do Monte Calvário, PJC

sexta-feira, abril 29, 2011

Aberto túmulo de João Paulo II

ROMA, sexta-feira, 29 de abril de 2011 (ZENIT.org) – No início da manhã desta sexta-feira, diante de 12 pessoas, na cripta vaticana, o túmulo de João Paulo II foi aberto e retirado o caixão que abriga seu corpo.
A terceira, das três caixas que protegem o corpo do pontífice, surgiu aos olhos dos presentes. É de madeira clara. Ficou na memória de muitos através das imagens do funeral, com o Evangelho apoiado em cima, com as páginas ao vento.
O padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, explicou hoje, em uma concorrida coletiva de imprensa no Vaticano, que no caixão há uma inscrição em latim afirmando que se trata do corpo de João Paulo II, de 84 anos, 10 meses e 15 dias, cabeça da Igreja universal durante 26 anos, 5 meses e 17 dias; e a data: ‘Anno Domini 2005’.
Na abertura do túmulo, entre outros representantes eclesiais, estavam o cardeal Angelo Comastri, e os monsenhores Giuseppe D’Andrea e Vittorio Lanzani, pela Basílica e o Capítulo de São Pedro. Junto a eles, os cardeais Tarcisio Bertone – secretário de Estado –, Giovanni Lajolo – presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano –, Stanislao Dziwisz – arcebispo de Cracóvia e ex-secretário pessoal de João Paulo II –.
O cardeal Comastri entoou o canto das ladainhas da Virgem, enquanto durante um breve percurso o caixão, coberto com um lençol branco, foi acompanhado pelos presentes até o túmulo de São Pedro, ainda na cripta vaticana.
O caixão permanecerá na cripta até a manhã de domingo, quando será levado à Basílica de São Pedro, ante o altar central. Ali Bento XVI e, em seguida, os fiéis poderão prestar homenagem ao falecido pontífice.
O cardeal Bertone recitou na manhã de hoje uma breve oração que concluiu a operação de abertura do túmulo de João Paulo II. A grande lápide sepulcral que fechava até agora o túmulo será enviada à Cracóvia, para uma igreja dedicada ao beato.
A colocação definitiva do corpo de João Paulo II sob o altar da capela de São Sebastião, dentro da Basílica de São Pedro, acontecerá no final da tarde de 2 de maio, após o fechamento da Basílica.

Fonte: Zenit


O caixão com os restos mortais de João Paulo II foi retirado nesta sexta-feira do túmulo que ocupava na cripta da Basílica de São Pedro e colocado sobre um palanque coberto com uma tela branca diante da monumental tumba de São Pedro.
O ataúde permanecerá no local até sábado, quando será levado ao Altar da Confissão da Basílica de São Pedro, para que os fiéis possam venerá-lo uma vez beatificado pelo papa Bento XVI.
O caixão, informaram à Agência Efe fontes do Vaticano, foi retirado poucos minutos depois das 9h da hora local (4h de Brasília).
A cripta da Basílica de São Pedro permanecerá fechada ao público a partir desta sexta-feira hoje até o começo da tarde do dia 1º de maio.
O caixão com o corpo de João Paulo II, que morreu no dia 2 de abril de 2005 aos quase 85 anos (que os completaria em 20 de maio) não será aberto, nem o cadáver exumado, devido ao curto espaço de tempo desde seu falecimento.
Uma vez que Bento XVI o tenha proclamado beato, em cerimônia que começará às 9h (3h de Brasília) do dia 1º de maio, o papa e os cardeais com os quais concelebrará a missa irão em procissão desde a Praça de São Pedro até o interior da basílica, onde se prostrarão diante do caixão e rezarão.
Depois, todos os fiéis que desejarem poderão se aproximar até o caixão para prestar homenagem ao papa que comandou a Igreja durante quase 27 anos (1978-2005) e a introduziu no terceiro milênio.
A Basílica de São Pedro ficará aberta enquanto durar o fluxo de fiéis para permitir que as centenas de milhares que são esperadas possam rezar perante o primeiro pontífice polonês da história.
Uma vez concluída as celebrações, o caixão será levado à capela de São Sebastião do templo vaticano, para permitir uma maior afluência de fiéis no futuro.
Esta capela, situada entre a que acolhe a "Piedad", de Miguel Ángel, e a Capela do Santíssimo, foi restaurada, com nova iluminação e som, e guarda atualmente os restos do papa Inocêncio XI (1611-1689).
Os restos de João Paulo II repousam desde o dia 8 de abril de 2005, data do funeral, na cripta da Basílica de São Pedro, na qual foi túmulo do beato papa João XXIII e a poucos metros do túmulo de São Pedro.
Até agora, uma lápide simples de mármore branco jaspeado cobria o túmulo do papa polonês, que se transformou em lugar de peregrinação de fiéis de todo o mundo.
Segundo dados do Vaticano, uma média de 20 mil pessoas a visitavam diariamente.
"Ioannes Pavlvs PP II. 16.X.1978-2.IV.2005" são as únicas letras e números gravadas na laje de mármore, proveniente da famosa montanha de mármore de Carrara, no noroeste italiano.
A laje mede 2,20 metros de comprimento por 1,20 metro de largura e está colocada de modo que os fiéis possam vê-la e ler o escrito com facilidade.

Do Diálogo sobre a divina Providência, de Santa Catarina de Sena

Provei e vi

Ó Divindade eterna, ó eterna Trindade, que pela união da natureza divina tanto fizeste valer o
sangue de teu Filho unigênito! Tu, Trindade eterna, és como um mar profundo, onde quanto
mais procuro mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de te procurar. Tu
sacias a alma, mas de um modo insaciável; porque, saciando-se no teu abismo, a alma
permanece sempre sedenta e faminta de ti, ó Trindade eterna, cobiçando e desejando ver-te à
luz de tua luz.

Provei e vi em tua luz com a luz da inteligência, o teu insondável abismo, ó Trindade eterna, e a
beleza de tua criatura. Por isso, vendo-me em ti, vi que sou imagem tua por aquela inteligência
que me é dada como participação do teu poder, ó Pai eterno, e também da tua sabedoria, que é
apropriada ao teu Filho unigênito. E o Espírito Santo, que procede de ti e de teu Filho, deu-me a
vontade que me torna capaz de amar-te.

Pois tu, ó Trindade eterna, és criador e eu criatura; e conheci – porque me fizeste compreender
quando de novo me criaste no sangue de teu Filho – conheci que estás enamorado pela beleza
de tua criatura.

Ó abismo, ó Trindade eterna, ó Divindade, ó mar profundo! Que mais poderias dar-me do que a
ti mesmo? Tu és um fogo que arde sempre e não se consome. Tu és que consomes por teu calor
todo o amor profundo da alma. Tu és de novo o fogo que faz desaparecer toda frieza e iluminas
as mentes com tua luz. Com esta luz me fizeste conhecer a verdade.

Espelhando-me nesta luz, conheço-te como Sumo Bem, o Bem que está acima de todo bem, o
Bem feliz, o Bem incompreensível, o Bem inestimável, a Beleza que ultrapassa toda beleza, a
Sabedoria superior a toda sabedoria. Porque tu és a própria Sabedoria, tu,o pão dos anjos, que
no fogo da caridade te deste aos homens.

Tu és a veste que cobre minha nudez; alimentas nossa fome com a tua doçura, porque és doce
sem amargura alguma. Ó Trindade eterna!

quarta-feira, abril 27, 2011

“Na Paixão de Jesus a alma amante suga o mel
e o leite dulcíssimo do santo amor”.
São Paulo da Cruz

terça-feira, abril 26, 2011

Da Homilia pascal de um Autor antigo

Cristo, autor da ressurreição e da vida

Lembrando a felicidade da salvação recuperada, Paulo exclama: assim como por Adão entrou a
morte neste mundo, da mesma forma por Cristo foi restituída a salvação ao mundo.
(cf. Rm
5,12). E ainda: O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem, que vem do
céu, é celeste
(1Cor 15,47).

E prossegue, dizendo: Como já refletimos a imagem do homem terreno, isto é, envelhecido pelo
pecado, assim também refletimos a imagem do celeste
(1Cor 15,49), ou seja, conservaremos a
salvação do homem recuperado, redimido, renovado e purificado em Cristo. Segundo o mesmo
Apóstolo, Cristo é o princípio, quer dizer, é o autor da ressurreição e da vida; em seguida, vêm
os que são de Cristo, isto é, os que vivendo na imitação da sua santidade, podem considerar-se
sempre seguros na esperança da sua ressurreição e receber com ele a glória da promessa celeste.
É o próprio Senhor quem afirma no Evangelho: Quem me segue não perecerá, mas passará da
morte para a vida
(cf. Jo 5,24).

Deste modo, a paixão do Salvador é a salvação da vida humana. Precisamente para isso ele quis
morrer por nós, a fim de que, acreditando nele, vivamos para sempre. Ele quis, por algum
tempo, tornar-se o que somos, para que, alcançando a sua promessa de eternidade, vivamos com
ele para sempre.

É esta a imensa graça dos mistérios celestes, é este o dom da Páscoa, é esta a grande festa anual
tão esperada, é este o princípio da nova criação.

Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da santa Igreja, com a
simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir o balbuciar da sua consciência inocente.
Nesta solenidade, os pais e mães cristãos obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável
descendência.

Nesta solenidade, à sombra da árvore da fé, brilha o esplendor dos círios com o fulgor que
irradia da pura fonte batismal. Nesta solenidade, desce do céu o dom da graça que santifica os
recém-nascidos e o sacramento espiritual do admirável mistério que os alimenta.

Nesta solenidade, a assembléia dos fiéis, alimentada no regaço materno da santa Igreja,
formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da
Trindade, canta com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez para
nós, alegremo-nos e nele exultemos
(Sl 117,24).

Mas, pergunto, que dia é este? Precisamente, aquele que nos trouxe o princípio da vida, a
origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo que de si mesmo afirma: Eu sou a luz. Se
alguém caminha de dia, não tropeça
(Jo 8,12; 11,9), quer dizer, aquele que em todas as coisas
segue a Cristo, chegará, seguindo os seus passos, ao trono da eterna luz. Assim pedia ele ao Pai
em nosso favor, quando ainda vivia em seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde eu
estou, aí estejam também os que acreditaram em mim; para que assim como tu estás em mim e
eu em ti, assim também eles estejam em nós
(cf. Jo 17,20s).

Dos Sermões de Santo Anastácio de Antioquia

Era necessário que Cristo sofrese
para assim entrar em sua glória

Cristo, por suas palavras e ações, revelou que era verdadeiro Deus e Senhor do universo. Ao
subir para Jerusalém com seus discípulos, dizia-lhes: Eis que estamos subindo para Jerusalém,
e o Filho do Homem será entregue aos gentios, aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei,
para ser escarnecido, flagelado e crucificado
(Mt 20,18.19). Fazia, na verdade, estas
afirmações em perfeita consonância com as predições dos profetas, que haviam anunciado sua
morte em Jerusalém.

Desde o princípio, a Sagrada Escritura havia predito a morte de Cristo com os sofrimentos que
a precederiam, e também tudo quanto aconteceu com seu corpo depois da morte; predisse
igualmente que aquele a quem tudo isto sucedeu é Deus impassível e imortal. De outro modo,
nunca poderíamos afirmar que era Deus se, ao contemplarmos a verdade da encarnação, não
encontrássemos nela razões para proclamar, com clareza e justiça, uma e outra coisa, ou seja,
seu sofrimento e sua impassibilidade. O motivo pelo qual o Verbo de Deus, e portanto
impassível, se submeteu à morte é que, de outra maneira, o homem não podia salvar-se. Este
motivo somente ele o conhece e aqueles aos quais revelou. De fato, o Verbo conhece tudo o que
é do Pai, como o Espírito que esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus (1Cor 2,10).

Realmente, era preciso que Cristo sofresse. De modo algum a paixão podia deixar de acontecer.
Foi o próprio Senhor quem declarou, quando chamou de insensatos e lentos de coração os que
ignoravam ser necessário que Cristo sofresse, para assim entrar em sua glória. Por isso, veio ao
encontro do seu povo para salvá-lo, deixando aquela glória que tinha junto do Pai, antes da
criação do mundo. Mas a salvação devia consumar-se por meio da morte do autor da nossa
vida, como ensina São Paulo: Consumado pelos sofrimentos, ele se tornou o princípio da vida
(cf. Hb 2,10).

Deste modo se vê como a glória do Filho unigênito, glória esta que por nossa causa ele havia
deixado por breve tempo, foi-lhe restituída por meio da cruz, na carne que tinha assumido. É o
que afirma São João, no seu evangelho, ao indicar qual era aquela água de que falava o
Salvador: Aquele que crê em mim, rios de água viva jorrarão do seu interior. Falava do
Espírito, que deviam receber os que tivessem fé nele; pois ainda não tinha sido dado o Espírito,
porque Jesus ainda não tinha sido glorificado
(Jo 7,38-39); e chama glória a morte na cruz. Por
isso, quando o Senhor orava, antes de ser crucificado, pedia ao Pai que o glorificasse com
aquela glória que tinha junto dele, antes da criação do mundo.

Beata Alexandrina Maria da Costa: Que Loucura a minha pela Santíssima Trindade

Não sei, não sei como viver a vida que o meu coração anseia, a vida íntima com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Ai, como eu quero amar estes preciosos tesouros: que loucura a minha pela Santíssima Trindade!
Ó amores meus, não me deixeis separar de Vós!
Ó Pai, Filho e Espírito Santo, ó meus três Amores num só amor!
Fazei por misericórdia que a nossa união seja tão íntima, tão íntima que seja inseparável.
Ó meus três Amores, no mesmo amor eu quisera
toda a adoração dos Anjos para Vos adorar,
todo o amor dos Querubins para amar-Vos,
todo o louvor da terra e do Céu para louvar-Vos,
e depois ajoelhar diante do meu coração, enquanto a minha vida durar, para cantar as glórias dos três hóspedes que habitam dentro do meu pobre e frio peito.
Tudo louva o Criador, só eu não?

segunda-feira, abril 25, 2011

Testemunho Ir. Agraziato

“Como é bom, como é suave, os irmãos viverem juntos bem unidos...” (SL 132, 1)
Quando senti o chamado para a vida consagrada na família Toca de Assis, um dos pontos que me atraiu foi a certeza de ser uma vocação vivida em comunidade. E desde o início percebi a confirmação na vivência fraterna e na busca do amor mútuo.

O ser humano é frágil e limitado, somos lentos em amar e perdoar e tão rápidos em julgar e condenar.  A cada dia necessitamos recomeçar e fazer valer o Evangelho em nossa vida.

Ao ingressar na vida contemplativa dos Filhos da Pobreza, além da motivação primeira que é ser uma oblação de amor ao Santíssimo Sacramento e a intercessão pelos sacerdotes, me movia também a necessidade de interceder pelos religiosos, para que, à luz da Palavra de Deus, pudéssemos a cada dia superar nossas limitações e crescer no amor fraterno, no perdão e no acolhimento do outro naquilo que ele tem de diferente.

E vejo que o Senhor aceitou minha pequena oferta e há mais de quatro anos venho buscando encarnar esta realidade na dimensão contemplativa com seus elementos próprios de clausura e do silêncio como parte do cotidiano.

Nossa Missão Bendita Árvore da Cruz, vivida em adoração ao Santíssimo Sacramento, se caracteriza também pela intensa vida fraterna expressa por gestos concretos de afeto e serviço, que muitas vezes deve substituir a palavra, deixando patente a presença de seu Amor entre nós.

Agradeço a Jesus Sacramentado e a nossa Mãe Santíssima pelos irmãos que o Senhor me deu (cf. São Francisco) e por todas as graças derramadas na alegria do amor fraterno segundo o Evangelho.

domingo, abril 24, 2011

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo

A descida do Senhor à mansão dos mortos

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e
uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e
ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há
séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão
de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão
ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa.
Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito
e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E
com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre
os mortos, e Cristo te iluminará.

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram
de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos
que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos
mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas
mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te,
saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de
escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado
debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre
os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos
judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê
na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza
corrompida.

Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o
peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti,
como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.

Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao
adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do
sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te
coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida;
eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te
guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.

Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito
nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os
tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.

Se só buscas a Cristo em Sua glória, então não és digno de Sua cruz”

por Maria Emmir Nogueira, Co-fundadora da Comunidade Shalom

A belíssima frase que entitula este artigo é atribuída a São Padre Pio de Pietrelcina, o santo capuchinho que durante 50 anos viveu estigmatizado elevando a todos com seus conselhos e milagres, especialmente através do Sacramento da Confissão. Ninguém mais abalizado que ele para afirmar algo tão verdadeiro e tão moderno.
Sabemos como o Senhor esvaziou-se de sua divindade e fez-se pequeno, fez-se homem, fez-se pobre de todos os bens do céu para tornar-nos ricos de sua riqueza, como diz Paulo em Coríntios. Sabemos, também, quantos milagres ele realizou, quantos mortos ressuscitou, quantas vezes a natureza terrestre e angélica se prostrou, em obediência, a seus pés através do mar, dos ventos, das curas, dos exorcismos.
Naturalmente, todos desejamos seguir Jesus, ser como ele, viver a vida dele, com os seus pensamentos, seus sentimentos, seu amor ao Pai e aos homens. Esse desejo santo, contudo, tende a estar mais atento aos milagres e prodígios do que à paixão e à cruz. Queremos, certamente, ser como Jesus é: o Deus das maravilhas, o Filho do homem enquanto amado e seguido por muitos que, em seu tempo, iam atrás dele fosse onde fosse... exceto à cruz.
Mesmo seus discípulos mais fiéis, aqueles a quem escolhera e chamara pelo nome, com eleição eterna e eterno afeto, mesmo esses o abandonaram na cruz, com exceção de João. É que muitos naquela época, como muitos hoje, buscam o Senhor pelo que ele lhes pode dar e não pelo que eles podem “dar” ao Senhor. Buscam o Senhor em sua glória, mas fogem em sua cruz.
Para entendermos bem esse mistério de troca de amor, é preciso saber que o Senhor assumiu nossa humanidade e jamais irá separar-se dela. Jesus, para sempre e sempre, é Deus e homem. É também, cabeça da Igreja, isso é, nossa cabeça, aquele a quem seguimos. Isso, somado ao milagre cotidiano da Eucaristia, significa que o Senhor que se fez carne, partilha conosco toda nossa vida: sofrimentos e alegrias, dores e felicidade.
A partilha entre os que se amam jamais é unilateral. É exatamente porque Jesus nos ama que partilha conosco sua glória: as curas, os milagres, as ressurreições no corpo e na alma, na Igreja, na sociedade, na natureza. A maior e mais nobre das partilhas, porém, a partilha de sua paixão e cruz é o fundamento mesmo de seu amor por nós e do nosso por ele.
Ao encarnar-se, assumiu para si nossa maior podridão, nossa mais poderosa fonte de sofrimento e causa de nossa morte: o pecado. Sem jamais ter pecado, tomou sobre si, em sua paixão e cruz, todo o sofrimento e morte que o pecado havia feito entrar no mundo. O resultado foi sua morte na cruz e sua ressurreição.
Nós, como corpo de Cristo, somos chamados a amá-lo e ser corpo de seu corpo, alma de sua alma, esposa, Igreja. O amor consiste em estar presente tanto na gloria quanto na dor. É verdade que nossos atos de amor a Cristo não acrescentam nada à sua cruz. Entretanto, acrescentam – e muito – à nossa salvação e à do mundo. É nesse sentido que São Paulo diz: “Suporto em minha carne o sofrimento que faltou à cruz de Cristo”.
Em nossa vida, não precisamos buscar sofrimentos, não é verdade? Eles simplesmente nos alcançam de todas as formas, como consequência do pecado que marcou toda a criação. A grande boa nova é que podemos, pela cruz de Cristo, nos libertar desse sofrimento exatamente como ele mesmo se libertou: escolhendo livremente sofrer a dor que se nos apresenta não mais sozinhos, mas com ele e com o Pai e tomando, com ele, nossa cruz. Mas atenção: o sofrimento só se transforma em cruz em três condições: primeira, que transformemos a dor que nos atinge em dor livremente escolhida e acolhida por nós por amor a Cristo e à humanidade; segunda: que o unamos à cruz de Cristo, que vence o pecado, a dor e a morte; terceira, que o transformemos em ato de amor a ele e aos homens que ainda não o conhecem, isto é, que o amam e obedecem.
O mais lindo nessa história toda é que, ao buscarmos Cristo não somente em sua glória, mas também em sua cruz, seremos dignos dela e dele. Ou seja, viveremos uma vida de entrega de amor a Cristo por amor ao homem. O belo, porém, é que ao abraçar a cruz de Cristo através de nossos sofrimentos de cada dia, do menorzinho ao maior de todos, estaremos caminhando ... para a sua glória.
Isso mesmo! O caminho para a glória de Cristo e do céu é a cruz. É unir-se a ele através do amor, abraçando por amor o sofrimento que ele abraçou em sua paixão. Não há outro caminho para a glória. E não há glória autêntica que não seja a de Cristo. É por isso que, com razão, o santo diz: se só busca a Cristo em sua glória, então, não és digno de sua cruz. O contrário também é verdadeiro: se buscas a Cristo em sua cruz, serás digno de sua glória.

Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão, bispo de Sardes

O louvor de Cristo

Prestai atenção, caríssimos: o mistério pascal é ao mesmo tempo novo e antigo, eterno e
transitório, corruptível e incorruptível, mortal e imortal.

É mistério antigo segundo a Lei, novo segundo a Palavra que se fez carne; transitório pela
figura, eterno pela graça; corruptível pela imolação do cordeiro, incorruptível pela vida do
Senhor; mortal pela sua sepultura na terra, imortal pela sua ressurreição dentre os mortos.

A Lei, na verdade, é antiga, mas a Palavra é nova; a figura é transitória, mas a graça é eterna; o
cordeiro é corruptível, mas o Senhor é incorruptível, ele que,imolado como cordeiro,
ressuscitou como Deus.

Na verdade, era como ovelha levada ao matadouro, e contudo não era ovelha; era como
cordeiro silencioso (Is 53,7), e no entanto não era cordeiro. Porque a figura passou e apareceu a
realidade perfeita: em lugar de um cordeiro, Deus; em vez de uma ovelha, o homem; no
homem, porém, apareceu Cristo que tudo contém.

Por conseguinte, a imolação da ovelha, a celebração da páscoa e a escritura da Lei tiveram a sua
perfeita realização em Jesus Cristo; pois tudo o que acontecia na antiga Lei se referia a ele, e
mais ainda na nova ordem, tudo converge para ele.

Com efeito, a Lei fez-se Palavra e, de antiga, tornou-se nova (ambas oriundas de Sião e de
Jerusalém); o preceito deu lugar à graça, a figura transformou-se em realidade, o cordeiro em
Filho, a ovelha em homem e o homem em Deus.

O Senhor, sendo Deus, fez-se homem e sofreu por aquele que sofria; foi encarcerado em lugar
do prisioneiro, condenado em vez do criminoso e sepultado em vez do que jazia no sepulcro;
ressuscitou dentre os mortos e clamou com voz poderosa: “Quem é que me condena? Que de
mim se aproxime (Is 50,8). Eu libertei o condenado, dei vida ao morto, ressuscitei o que estava
sepultado. Quem pode me contradizer? Eu sou Cristo, diz ele, que destruí a morte, triunfei do
inimigo, calquei aos pés o inferno, prendi o violento e arrebatei o homem para as alturas dos
céus. Eu, diz ele, sou Cristo.

Vinde, pois, todas as nações da terra oprimidas pelo pecado e recebei o perdão. Eu sou o vosso
perdão, vossa páscoa da salvação, o cordeiro por vós imolado, a água que vos purifica, a vossa
vida, a vossa ressurreição, a vossa luz, a vossa salvação, o vosso rei. Eu vos conduzirei para as
alturas, vos ressuscitarei e vos mostrarei o Pai que está nos céus; eu vos levantarei com a minha
mão direita”.

segunda-feira, abril 18, 2011

Tríduo do Crucificado, Morto e Ressucitado!

Rezemos nesse Tríduo por toda a santa Igreja, de modo particular pelas intenções do Santo Padre Bento XVI, rezemos também pela China, pelo Japão e por toda a humanidade, d emodo particular os judeus.
Nos entreguemos ao Misterio Perfeito de Nosso Senhor, eis a vocação da Igreja: ama-lO Crucificado, Morto e Ressucitado Glorioso!


Santa Páscoa!

sábado, abril 16, 2011

Quem vai querer?

Quem vai querer?

Quem vai querer largar tudo...
Para se dedicar aos mais necessitados?


Quem vai querer se despojar de bens e
passar toda a vida só fazendo caridade?


Não é fácil e merecem cumprimentos e incentivo
essas religiosas. Elas pertencentes à mesma
congregação ("Missionárias da Caridade") daquela
ex-professora de Geografia, nascida na Albânia e que
deu 87 anos da vida dela para cuidar de enfermos e
famintos que via perambulando pelas ruas...


Não deu mais porque morreu... Isso mesmo!
Morreu aos 87 anos de vida!
Quando os "de fora" foram ver os pertences dela
descobriram apenas:
1 prato e um copo
1 par de sandálias
1 escova de dentes
1 colchão
1 pedaço de sabão
pouca roupa de cama
poucas peças de vestuário


Não é fácil...
Pessoas como elas, como Chico Xavier, como
muitos padres e papas, outros religiosos e
muitas pessoas anônimas (e comuns) fazem
da caridade o alento para milhões de pessoas.
E fazem isso durante praticamente toda a vida delas...
Muitos sequer sem ver TV, ir ao cinema ou fazer uma foto!


Não parece incrível? Só que é crível...
É crível e, claro, é opção, "livre arbítrio" ou missão!


Quem vai querer?
Não precisa todo o tempo do mundo...
Mas uma ou duas horas por semana pode
mudar a vida de alguém, porque...
"Fora da Caridade..." Hum... Fica difícl!

Teresa de Calcutá: luz desde a escuridão

Entrevista do postulador da causa de canonização, Pe. Kolodiejchuk, à Agência Zenit sobre o livro
O Pe. Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá, é o autor do livro "Come Be My Light", que recolhe os escritos da beata, em parte inéditos, revelando o sofrimento de não experimentar o amor de Deus. Em entrevista à Agência Zenit (Roma), o autor fala desta "noite escura", que tanta polémica tem gerado.
 
Agência Zenit (AZ) - A extraordinária vida interior da Madre Teresa foi descoberta depois da sua morte. Segundo os seus directores espirituais, como era a sua vida, especialmente seu sofrimento de escuridão espiritual, oculto a todos os que a conheceram?Pe. Brian Kolodiejchuk (BK) - Ninguém fazia sequer a menor ideia do que ela vivia interiormente, pois os seus directores espirituais conservavam estas cartas. Os jesuítas conservam algumas, outras estão na arquidiocese e o Pe. Joseph Neuner, outro dos seus directores espirituais, tem algumas. Estas cartas foram descobertas quando buscávamos os documentos para a causa.
Enquanto vivia, a Madre Teresa pediu que sua informação biográfica não se desse a conhecer. Pediu ao Arcebispo Ferdinand Périer, de Calcutá, que não dissesse a nenhum outro bispo como começou tudo. Disse-lhe: "Por favor não diga nada dos inícios porque, uma vez que as pessoas conheçam os inícios, quando ouvem falar das locuções interiores, então a atenção se centrará em mim e não em Jesus". Ela dizia sempre: "Obra de Deus. Esta é a obra de Deus".
Inclusive as irmãs mais próximas dela não conheciam a sua vida interior. Muitos poderiam ter pensado que ela tinha uma grande intimidade com Deus e que esta iluminava o seu caminho no meios das dificuldades da Ordem ou da pobreza material que sofreu.
AZ - O livro fala do voto secreto que ela fez no princípio da sua vocação, pelo qual prometeu não negar a Deus nada que tivesse a ver com a dor provocada pelo pecado mortal. Que papel desempenhou este voto na sua vida?BK - Madre Teresa fez o voto, em 1942, de não negar nada a Deus. As suas cartas inspiradas por Jesus chegaram logo depois. Em várias cartas, Jesus lhe pergunta, comentando o seu voto: "Deixarás de fazer isso por mim?".
Portanto, o voto é o substrato da sua vocação. Depois, nas cartas inspiradas, vê-se que Jesus lhe explica o seu chamamento. Ela então segue adiante porque sabe que Jesus quer. Está motivada pelo pensamento da dor de Jesus, porque os pobres não o conhecem e, portanto, não o amam.
Este foi um dos pilares que a manteve no seu caminho através da prova da escuridão. Graças à certeza do seu chamamento e a este voto, numa das cartas escreve: "Estive a ponto de deixá-lo e então recordei o voto, e isso me fez levantar-me".
AZ - Falou-se muito sobre a noite escura da Madre Teresa. O seu livro descreve-a como um "martírio de desejo". A sua sede de Deus foi desconhecida durante muito tempo. Pode descrevê-la?BK - Um bom livro para ler e compreender algumas dessas coisas é "Fire Within" (Fogo interior), do Pe. Thomas Dubay, que fala do sofrimento da perda e do sofrimento da sede para explicar que o sofrimento da sede é mais duro.
Como declara o Pe. Dubay, no caminho para a autêntica união com Deus, existe a etapa purgativa, chamada "noite escura", e depois a alma entra num estado de êxtase e verdadeira união com Deus.
No caso da Madre Teresa, parece que a etapa purgativa aconteceu durante a sua formação no convento de Loreto. No momento de sua profissão, disse a uma companheira que com frequência experimentava a escuridão. As cartas dessa época são as típicas cartas de uma pessoa que está na "noite escura".
O Pe. Celeste Van Exem, seu director espiritual naquela época, disse que provavelmente em 1946 ou 1945 se encontrava já perto do êxtase.
Depois há uma referência ao momento em que apareceram as inspirações e as locuções interiores, o momento no qual as dificuldades de fé cessaram.
Posteriormente, a Madre Teresa escreveu ao Pe. Neuner, explicando: "Você sabe como Ele actuou. E foi como se nosso Senhor se entregasse a mim plenamente. Mas a doçura, o consolo e a união daqueles seis meses passados desapareceu logo".
De maneira que a Madre Teresa experimentou seis meses de intensa união, após as locuções interiores e o êxtase. Estava já na etapa espiritual da união transformadora. Nesse momento, voltou a escuridão.
Mas, a partir de então, a escuridão que experimentava acontecia juntamente com a união com Deus. Isso não significa que viveu a união e depois a perdeu. Perdeu a consolação da união que se alternava com a dor da perda e com uma profunda nostalgia de Deus, uma verdadeira sede.
Como dizia o Pe. Dubay, "às vezes a contemplação é deleitosa, e outras vezes é substituída por uma forte sede de Deus". Mas no caso da Madre Teresa, com excepção de um mês, em 1958, ela não teve esta consolação da união.

Há uma carta na qual ela diz: "Não, padre, não estou só, tenho sua escuridão, tenho a sua dor, tenho uma terrível nostalgia de Deus. Amar e não ser amado, eu sei que tenho Jesus na união que não foi quebrada, minha mente está fixa n’Ele e só n’Ele".

A sua experiência da escuridão na união é sumamente rara, inclusive entre os santos, pois para a maioria o final é a união sem escuridão.
O seu sofrimento, então – utilizando o termo do teólogo dominicano Reginald Garrigou-Lagrange –, deve-se mais aos pecados dos outros do que ao carácter purificador dos seus próprios pecados. Está unida a Jesus com uma fé e um amor capazes de levá-la a partilhar a sua experiência do Getsemani e da cruz.

Madre Teresa comentou que o sofrimento no Getsemani foi pior que o da cruz. E agora compreendemos de onde vinha isso, porque ela tinha compreendido a sede de almas de Jesus.

O importante é que se trata de uma união. Como indicava Carol Zaleski num artigo publicado na revista "First Things", esse tipo de prova é novo. Trata-se de uma experiência moderna de santos dos últimos 100 anos: sofrer o sentimento de que não se tem fé e de que a religião não é verdadeira.
Sofrimento
Na segunda parte desta entrevista concedida à agência Zenit, o padre Brian Kolodiejchuk, missionário da Caridade, explica pontos centrais do livro que acaba de publicar.
AZ -O nome do livro, "Vem ser a minha luz", foi um pedido de Jesus à Madre Teresa. Como se relaciona o seu sofrimento redentor pelos demais, no meio dessa profunda escuridão, com o seu carisma particular?
BK - Durante os anos 50 do século passado, Madre Teresa rendeu-se e aceitou a escuridão. O padre Joseph Neuner [um dos directores espirituais, ndr] ajudou-a a compreender isso, relacionando a escuridão com o seu carisma: saciar a sede de Deus.

Ela costumava dizer que a maior pobreza era não se sentir amado, solicitado, cuidado por ninguém, e era exactamente o que ela estava a viver na sua relação com Jesus. O seu sofrimento redentor era parte da vivência do seu carisma ao serviço dos mais pobres entre os pobres.

De maneira que, para ela, o sofrimento era não só um meio para identificar-se com a pobreza física e material, mas, no âmbito interior, identificava-se com os não amados, com os que estão sozinhos, com os que são rejeitados.

Renunciou à sua própria luz interior para iluminar os que viviam na escuridão, dizendo: "Sei que não são mais que sentimentos".

Numa carta a Jesus, escreveu: "Jesus, ouve minha oração, se isso te agrada. Se minha dor e sofrimento, minha escuridão e separação te dá uma gota de consolação, faz comigo o que queiras, todo o tempo desejes. Não olhes aos meus sentimentos nem à minha dor".

"Sou tua. Imprime em minha alma e vida os sofrimentos do teu coração. Não olhes aos meus sentimentos, não olhes nem sequer à minha dor".

"Se a minha separação de ti permite que outros se aproximem de ti e tu encontras alegria e deleite no seu amor e companhia, quero de todo coração sofrer o que sofro, não só agora, mas pela eternidade, se for possível".

Numa carta às suas Irmãs, torna mais explícito o carisma da Ordem: "Minhas queridas filhas, sem sofrimento, nosso trabalho seria somente trabalho social, muito bom e útil, mas não seria obra de Jesus Cristo, não participaria da redenção. Jesus desejava ajudar-nos partilhando a nossa vida, nossa solidão, nossa agonia e morte. Tudo isso ele assumiu em si mesmo e levou-o à noite mais escura. Somente sendo um de nós podia redimir-nos".

A nós, permite-nos fazer o mesmo: toda a desolação dos pobres, não apenas a sua pobreza material, mas também a sua profunda miséria espiritual, deve ser redimida e compartilhada. Orai, então, assim quando isso se torne difícil: «Quero viver neste mundo que está longe de Deus, que se distanciou da luz de Jesus, para ajudá-lo, para carregar uma parte do seu sofrimento»".

E isso resume o que considero o fundamento da sua missão: "Se um dia chegar a ser santa, seguramente serei uma santa da 'escuridão'. Continuarei ausente do Céu para dar luz aos que estão na escuridão na terra…"
Assim compreendeu a sua escuridão. Muitas das coisas que disse têm mais sentido e acabam por ser mais profundas agora que sabemos isso.
AZ -Então, o que dizer a quem qualifica a sua experiência como uma crise de fé e que ela realmente não acreditava em Deus, ou a quem sugere que a sua escuridão era um sinal de instabilidade psicológica?BK - Ela não teve crises de fé, ou falta de fé, mas teve uma prova de fé na qual experimentou o sentimento de que ela não acreditava em Deus. Esta prova requereu muita maturidade humana, porque, se não, não teria sido capaz de suportá-la. Teria ficado desequilibrada.

Como disse o padre Garrigou Lagrange, é possível experimentar simultaneamente sentimentos contraditórios entre si. É possível ter uma "alegria cristã objetiva", como a chamou Carol Zaleski, e ao mesmo tempo entrar na prova ou sentimento de não ter fé.

Não há duas pessoas aqui, mas uma pessoa com sentimentos em diferentes níveis.

Podemos realmente estar a viver a cruz de algum modo – é dolorosa e faz doer– e, ainda que a espiritualizemos, isto não tira a dor. Agora, ao mesmo tempo, podemos estar alegres porque estamos a viver com Jesus e isto não é falso.
Aqui está o como e o porquê a Madre Teresa viveu uma vida tão cheia de alegria.
AZ -Como postulador de sua causa de canonização, quando crê que poderemos chamá-la santa?BK - Precisamos de outro milagre – examinamos alguns, mas nenhum é suficientemente claro. Houve um para a beatificação, mas estamos à espera do segundo.
Talvez Deus tenha esperado que se publicasse antes o livro, pois muitos tinham a Madre Teresa por santa, mas era tão simples e se expressava de uma maneira tão simples que não compreendiam a profundidade da sua santidade.

No outro dia, escutei dois sacerdotes falarem sobre isso. Um dizia que nunca tinha sido muito fã da madre Teresa porque pensava que era piedosa, devota, e que fez obras admiráveis, mas que quando ouviu falar da sua vida interior, isso mudou o que pensava dela.

Agora temos algo mais que uma mera ideia da sua evolução espiritual e uma parte da sua profundidade foi revelada.
Assim que chegue o milagre, demoraremos pelo menos dois anos, ainda que o Papa possa acelerar o processo se desejar.
AZ -O que aconteceu com a Ordem [Missionárias da Caridade, ndr] desde a morte da Madre Teresa?BK - A Ordem cresceu quase em mil irmãs, passou de 3850 para a 4800, hoje, e acrescentamos cerca de 150 casas em mais de 14 países. A obra de Deus continua.

"Anjos marrons" resgatam vidas das ruas





























sexta-feira, abril 15, 2011

Domingo de Ramos

Este dia marca o início da Semana Santa, período em que Jesus Cristo se apresenta como o “Servo sofredor”, que dá sua vida em martírio na cruz. Ele mostra o caminho da não violência. A vida não é fruto de vingança, de projetos maquinados, mas de entrega e respeito fraterno.
Numa cultura marcada por tanta violência, o povo acaba perdendo o ânimo, caindo em prostração e desesperança. É hora de construir a esperança, que vem sendo minada com as atitudes desumanas e destruidoras, diariamente acontecendo ao nosso redor.
O que assistimos, a todo instante no cenário da violência, revela uma falta de fé e de confiança em Deus muito grande. É perda de sensibilidade humana, de respeito e de valor da pessoa na sua dignidade. Deus não abandona o seu povo, e é nele que devemos buscar socorro e força.
As pessoas de cabeça erguida devem demonstrar firmeza e determinação em profunda solidariedade com os abatidos e cansados. É hora de espalhar o fermento novo da justiça e da caridade. Tudo isto supõe escuta atenta da Palavra de Deus, que é fonte de vida.
O Domingo de Ramos abre caminho para o clima da Semana Santa, quando Cristo é recebido de forma triunfal em Jerusalém, acolhido pelo povo com ramos nas mãos. O seu jeito simples e coerente, montado em um jumento, atraía multidões, mas provocava a ira orgulhosa das autoridades judaicas.
Agora é, para ele, um caminho de mais sofrimento, mesmo tendo passado a vida fazendo o bem e sendo fiel ao projeto do Pai. Jesus, com todo o poder, tinha um lugar social diferente das autoridades do seu tempo. Despojado de poder, era solidário com os fracos e pequenos. Isto fazia a diferença.
As cenas da Semana Santa são de humilhação para o Servo sofredor. Jesus caiu nas mãos dos zombadores, foi desnudado, coroado de espinhos, cuspido no rosto e recebeu injúrias. O motivo principal é porque tinha que ia destruir o Templo, onde o Sinédrio alimentava seu poder e manipulava o povo.

Fonte: CNBB

Irmandade Missionária +Verbo Divino+

Quem Somos?

Somos um grupo de pessoas com um unico e simples objetivo: viver a pobreza apostolica e Encontrar por ela, A Face de Cristo nos pobres!

Nossa espiritualidade é a franciscana.

Nosso Instituto é de Vida Consagrada e Missionária dos pobres e irmãos mensageiros de Jesus Sacramentado.

Nossa História:

Em 27 de novembro de 2003 iniciou-se a nossa caminhada rumo ao Altar de Deus.
Eramos em 9 pessoas (5 Irmãos e 4 Irmãs) Ir. José Leão de Jesus Sacramentado, Ir. Camilo de Lellis, Thiago Melo Novaes, Tiago de Souza Nascimento, Leandro Martins da Silva, Ir. Aghnes Maria da Santissima Virgem Mãe do Sacramento, Ir. Mariana das Chagas do Senhor, Marli Araruna Gonçalves e Daniela Patricia de Jesus.

Com a iniciativa do nosso amado irmão Leão 1º (Fundador póstomo), iniciamos nossa caminhada, antes conhecidos como a "Irmandade da Mensagem de Assis" fundamentamos nosso carisma.

Quatro anos depois, em 2007, com o faleciementon do Irmão Leão 1º, assumiu nosso ministrado geral o Irmão Camilo de Lellis ficando por 2 anos, e entregando o cargo ao irmão José Leão 2º qu ficou até o final de Setembro de 2010.

Nosso amado irmão Francisco, em um periodo de reforma da nossa regra, assumiu a ata de fundação e hoje somos um instituto completo de vida e Aliança.

Hoje Somos mais de 150 Religiosos no estado de São Paulo e mais de 280 vocacionados em discernimento para a entrada no instituto.

 Contamos com varios talentos em nossas casas para a Evangelização. Sendo que eles fluem espontaneamente para a honra e gloria de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Nossa Rotina é uma rotina de penitência e muita oração e Adoração, já que nosso Carisma pede que sejamos simples e submissos a vontade de Nosso Senhor.

O Carisma da Irmandade consiste em 3 parametros. São Eles:

A Adoração ao Santissimo Sacramento
Adorar ao Jesus no Santissimo Sacramento é presenciar o céu na terra, pois, o próprio Jesus nos instituiu a Eucaristia com certeza da sua presença na terra. (Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue!).

Nossa Adoração segue silenciosa e em três horas diarias senfo que 2 horas são individuais e 1 hora é fraterna (Comunitária).
"Deus de amor nós te adoramos neste Sacramento, corpo e sangue que fizeste nosso alimento." (Hino Eucaristico, São Tomás de Aquino)


A Acolhida ao sofredor de Rua.
Acolher ao sofredor de rua é, um dos carismas substanciais à Irmandade, pois é no pobre sofredor de rua que enxergamos a imagem martirizada de Nosso Senhor Jesus Cristo que carregou a cruz e o peso de nossos pecados e por nós morreu para que tenhamos vida e por amor de nós pobres.

Acolhemos os pobres por amor assim como nosso Senhor nos acolheu abrindo os braços e se doando por nós na cruz, nos acolheu em sua morada, o céu!
O Anuncio do Santo Evangelho.
Segundo o que nosso Senhor nos convidou a fazer (Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura) assim o fazemos. Anunciamos as bem-aventuranças do Reino de Deus.

O Anuncio do Santo evangelho não consiste só em "prega-lo" e sim em vive-lo. Pregamos o evangelho com o Exemplo vivido.

Nossos Patronos

Pais Seráficos, ou patronos são aqueles aos quais nos inspiram pelo exemplo de vida e entrega a Deus!
São Nossos pais seráficos:
+São Francisco de Assis+
É nosso Patrono que nos propicia o Carisma da Acolhida.

+Santa Clara de Assis+
Nossa Mãe espiritual de quem herdamos o Carisma santo da Adoração.

+São João Bosco+
Nosso Diretor espiritual de quem herdamos o carisma do Anuncio.